Levantamento do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), aponta uma redução ainda maior que a prevista nos últimos meses para a safrinha de milho desde ano.
Desde o início do cultivo da safrinha, a projeção de produção vem sendo reduzida sistematicamente em razão dos efeitos climáticos sobre a cultura, como excesso de chuva, estiagem prolongada e geadas.
A projeção inicial feita em março era que de que o estado colhesse nesta temporada 9,50 milhões de toneladas, um volume que superaria, inclusive, a produção da safrinha passada, que foi de 9,10 milhões de toneladas.
No mês seguinte, esse número foi revisto para 8,56 milhões de toneladas. Em maio a estimativa caiu pelo menos três vezes: para 8,14 milhões de toneladas, 7,52 milhões de toneladas e 7,10 milhões de toneladas.
Já em junho, essa projeção foi revista para 6,24 milhões de toneladas, patamar que vinha se mantendo até a última estimativa divulgada pela entidade nesta terça-feira (6), que recua essa previsão para 6,05 milhões de toneladas.
Comparando a última estimativa para 2016 em relação a produção registrada na safrinha 2015, a retração é de 34%. A produtividade média das lavouras deve ser de 58 sacas por hectare.
A situação causa grande preocupação a Aprosoja/MS. O presidente da entidade, Christiano Bortolotto, diz que os resultados negativos já afetam toda a cadeia produtiva. "Essa realidade já pesa no bolso do produtor porque muitos estão terminando essa 2ª safra com grande dificuldade no saldo das contas. Diante de uma safra de soja complexa à frente, já estamos preocupados, inclusive pelo fato de que boa parte dos produtores irá carregar dívidas de um ano para o outro, da safrinha para a safra verão", detalha o completando que adversidade é inquietante não somente para o setor, mas para toda a economia do estado, que tem na agricultura um dos seus alicerces.
Enquanto o produtor faz as contas, a colheita da safrinha avança e entra na reta final. De acordo com a Aprosoja/MS, 90% dos 1,740 milhão de hectares cultivados com o cereal já foram colhidos. O trabalho já foi concluído em sete municípios: Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, São Gabriel do Oeste e Sonora.
Conforme a entidade, outros 23 municípios ainda tem áreas a serem colhidas, mas as chuvas dos últimos dias atrasaram os trabalhos. A expectativa é que o procedimento seja encerrado em todo o estado nos próximos dez dias.