Antes mesmo do Uber chegar e se expandir em Campo Grande, taxistas criaram uma versão para garantir um atendimento mais personalizado aos clientes. Desde o carro, que precisa ser novo até a vestimenta dos motoristas, a intenção é clara: impedir o crescimento de concorrentes na cidade. A cooperativa que criou a versão Táxi Prime disse ao G1 que apenas 10% da frota aderiu a novidade, sendo que o preço continua o mesmo.
"Nós queremos oferecer um serviço de qualidade e impedir a chegada e crescimento de concorrentes. Desde já, nossos taxistas precisam estar preparados para o futuro e ter subsídio para lidar com os concorrentes, que estão em expansão em outros locais. Deixar o cliente escolher é uma tendência, igual quando você vai comprar um geladeira e encontra diversas marcas disponíveis", afirmou o taxista autônomo e presidente da Coopertaxi, Flávio Panissa, de 36 anos.
Além de melhorar a higiene e postura do motorista, a intenção é fazer o cliente perceber a diferença. "Criamos essa modalidade para o cliente ter livre escolha e, com relação aos motoristas, cada dia mais o interesse aumenta. De 300 carros, temos apenas 30 por enquanto. E justamente por isso ainda não fizemos divulgação. Quando chegar a 70 carros, aí vamos entender um pouco mais sobre a situação", comentou.
Para ser considerado Prime, o taxista precisa ter um veículo novo e que não seja inferior ao ano de 2015. Os motoristas, de roupa social. No interior do carro, sempre limpo, é possível encontrar água e balas. "Eu uso aromatizador, roupas sociais e já estou sentindo a diferença, pois os clientes estão elogiando bastante. Sou taxista há 1 ano e atuava como motoentregador. Foi uma decisão para ter melhoria de renda e espero crescer cada vez mais", explicou Valteir Teixeira, de 31 anos.
Atualmente a bandeirada é de R$ 4,50, sendo cobrado R$ 0,20 a mais a cada 100 metros. Com relação ao Uber, ele está presente em cidades como São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Porto Alegre, entre outras.
Em dezembro do ano anterior, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), vetou o projeto que proibia o transporte remunerado de passageiros, em veículos particulares cadastrados a partir de aplicativos não registrados nos órgãos e Departamentos Estadual e Municipal competentes, conhecido como Uber. A mensagem foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), do dia 23 de dezembro.