A área cultivada com soja em Mato Grosso do Sul na safra 2015/2016 cresceu acima do previsto. Segundo a Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja/MS), dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga) indicavam que os sojicultores sul-mato-grossenses cultivariam 2,420 milhões de hectares nesta temporada, mas os levantamentos mais recentes indicaram que o plantio atingiu 2,500 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 8,1% frente ao ciclo anterior.
Segundo o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, esses 80 mil hectares a mais que estão sendo cultivados eram de áreas que antes estavam ocupadas por pastagens que apresentavam algum estágio de degradação ou estavam sendo utilizados para outras culturas, como a cana-de-açúcar, por exemplo.
Bortolotto ressaltou ainda que mesmo com as condições climáticas desfavoráveis em vários momentos desta safra, a projeção da entidade é que o estado registre uma safra recorde de soja, com média de produtividade de 50 sacas por hectare, e produção total em torno de 7,4 milhões de toneladas, maior volume da história do estado.
Problemas climáticos
A entidade aponta que condições climáticas desfavoráveis afetaram todo o ciclo de produção da oleaginosa. Primeiro foi a estiagem em outubro de 2015, época da semeadura, que forçou muitos produtores a aguardarem a chuva e a melhoria da umidade do solo para o plantio. Depois foi o excesso de chuva, entre dezembro e fevereiro, o que alagou muitas áreas, provocando, inclusive, perdas, além de favorecer o desenvolvimento de doenças nas lavouras.
O grande volume de chuvas, além disso, também afetou a infraestrutura logística, as estadas e pontes, utilizadas pelos produtores para chegar até as lavouras, o que dificultou o manejo adequado das áreas cultivadas e retardou o início da colheita, além de estar afetando neste momento, o escoamento da produção nas áreas onde o trabalho já foi realizado.