Promotoras de provas em rodeios pelo Brasil acreditam em crescimento neste ano. Dirigentes dessas empresas negociam com patrocinadores e representantes de locais que podem ser sedes de etapas da temporada e garantir a mistura de atividade agropecuária, esporte e entretenimento que movimenta milhões país afora.
A Liga Nacional de Rodeio (LNR), por exemplo, espera crescer algo em torno de 30% em relação a 2015 e pretende ampliar seu campeonato. No ano passado, foram 30 etapas, com a decisão em Barretos (SP), onde é feita a mais tradicional festa de peões de rodeio no Brasil.
Criada em 2004, a LNR tem no sudeste o seu principal mercado, mas está em pelo menos nove estados, entre eles Acre, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Pará. O diretor da empresa, Marcos Abud Wohnrath, negocia competições em Tocantins e Rondônia. “O ano passado foi ruim para os promotores de eventos. Este ano começou mais promissor. Creio que vou crescer. Entre 35 e 40 etapas, está de bom tamanho. Se ficar grande demais, pode perder o controle”, analisa.
Otimista, Wohnrath acredita que o desempenho do agronegócio deve se manter positivo e estimular a presença das pessoas em eventos que busquem refletir a cultura rural, caso dos rodeios. Ele não omite números. Em média, um evento pode custar até R$ 3 milhões, dependendo de variáveis como local, expectativa de público e bilheteria, estrutura para os competidores e, eventualmente, shows com artistas consagrados. O ganho médio pode chegar a R$ 500 mil.
Outro fator que motiva o executivo da LNR é uma parceria fechada em abril do ano passado com o rodeio The American, nos Estados Unidos. Com isso, os melhores competidores do circuito no Brasil poderão disputar a prova. O negócio, primeiro em nível internacional, já levou a LNR a diversificar, conta Wohnrath. Antes restrita à montaria em touros, incluiu modalidades como laço e três tambores, também realizadas no evento norte-americano.
Em 2015, dois atletas de montaria em touros – Edevaldo Ferreira, de 34 anos, e Ramon Rodrigues, de 25 – garantiram vagas para o The American deste ano, que será realizado ainda neste mês, no Texas. Outros cinco competidores de laço estarão entre os representantes brasileiros. Em sete modalidades, serão distribuídos US$ 2 milhões em premiações.
Wohnrath afirma que a parceria não tem prazo de validade e, a partir do calendário estendido de seu circuito ano Brasil, pretende ampliar também a presença no evento internacional. Só na montaria em touros, espera carimbar os passaportes de pelo menos cinco peões.
Americanos no Brasil
Empresa que promove montarias em touros em pelo menos cinco países, a Professional Bull Riders (PBR) tem no Brasil a maior oportunidade de mercado fora dos Estados Unidos, onde está sediada. Ainda neste mês, o CEO mundial, Jim Haworth, estará no país para iniciar a temporada deste ano. A agenda prevê encontros com possíveis patrocinadores e investidores, de acordo com a assessoria da PBR Brasil.
Criada em 1992, a PBR desembarcou em 2006 no território brasileiro e leva seus eventos para arenas de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Os resultados conquistados pelos peões podem carimbar seus passaportes para a final mundial da PBR, nos Estados Unidos, com premiação em torno de US$ 1 milhão para o campeão.
Nove brasileiros já conquistaram o título em 22 finais mundiais, entre eles Adriano Moraes, vencedor em três ocasiões (1994, 2001 e 2006) e hoje diretor de competições da PBR Brasil. Ednei Caminhas (2002), Guilherme Marchi (2008), Renato Nunes (2010) e Silvano Alves, também três vezes (2011, 2012 e 2014) são os outros peões do país campeões mundiais pela empresa norte-americana.
Para a PBR Brasil, a visibilidade dada a atletas como esses é que tem ajudado do esporte a crescer e a marca da empresa norte-americana a se fortalecer no país. “A imagem da modalidade atingiu milhares de pessoas dentro e fora do público específico”, diz, em comunicado, a presidente no Brasil, Martha Cajado. O calendário de 2016 da divisão principal da PBR Brasil deve ser aberto em Londrina (PR).