Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul estão apreensivos no início da colheita de soja, o motivo da preocupação é o alto índice de chuvas. De acordo com o Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec- MS), em alguns municípios o volume de chuva nos primeiros dias de 2016 ultrapassou a média histórica de janeiro. Choveu 226,2 milímetros no período, em Campo Grande, quase o mesmo que a média histórica do mês todo, que é de 231,9 milímetros.
De acordo com o secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, acompanha a apreensão dos diferentes segmentos envolvidos com a produção agrícola em Mato Grosso do Sul. O excesso de chuvas já prejudicou os pequenos produtores de hortifruti. “O segmento das folhosas está sendo duramente afetado. Já podemos conferir reflexos diretos nos preços de alface e couve, por exemplo”, lamenta Lamas, que também é engenheiro agrônomo.
Muitos produtores estão drenando as lavouras por meio de valetas para eliminar os excessos. Os municípios onde o problema é mais grave são Amambai, Aral Moreira, Ponta Porã e Laguna Caarapã. “Quando as plantas recebem água em excesso, elas encerram o seu ciclo antecipadamente, o que pode resultar em uma colheita abaixo de esperado, com grãos menores e com menos peso, e interferir nos números de produtividade”, explica.
O grande número de áreas com algum grau de inundação preocupa e mesmo não sendo essa inundação em áreas totais, mas nas partes mais baixas, o que já coloca o produtor em alerta. “A persistência do clima chuvoso num solo saturado causa o encharcamento. Temos ocorrências em diversas propriedades”, afirma o secretário.
Caso as chuvas persistirem, também existe o risco de se acentuem as dificuldades para o controle das pragas na lavoura, o que pode impactar diretamente na produtividade. Lamas alerta ainda que se o quadro se mantiver após o dia 20 de janeiro, os produtores terão prejuízos qualitativos e quantitativos, pois a soja começará a arder e perder qualidade.