A chuva voltou a causar transtorno em Mato Grosso do Sul desde a sexta-feira (9). Em Taquarussu, 200 famílias que vivem na zona rural estão ilhadas e sem alimentos. Elas devem receber nesta terça-feira (12) cestas básicas e água enviadas pela Defesa Civil Estadual. A entrega dos mantimentos será feita por avião, já que nem os tratores conseguem acesso ao local.
Conforme a assessoria do governo, serão enviadas 100 cestas básicas e água potável aos moradores do assentamento Bela Manhã, onde quase mil pessoas ficaram ilhadas por causa das chuvas e estão sem alimentos. O município é rodeado por lagoas e várzeas, além dos rios Ivinhema e Curutuba, segundo informou ao G1 a secretária municipal de meio ambiente, Ludimila Soares.
Ela disse também que o acesso ao assentamento foi destruído por conta das cheias. Os moradores estão ilhados na região conhecida como APA Federal (Área de Proteção Ambiental). A unidade de conservação de uso sustentável e maior do bioma Mata Atlântica (1.005.180,71 hectares), foi criada em 1997 para proteger o Rio Paraná e seus ecossistemas associados, segundo a prefeitura do município.
Alerta rios
Três rios estão em estado de alerta por causa da cheia com as chuvas de verão, segundo o boletim da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que avalia em tempo real o volume dos rios e das chuvas no Estado.
Moradores de Dois Irmãos do Buriti, Anastácio e Aquidauana também precisaram ser retiradas de casa porque o nível do rio Aquidauana subiu quase três vezes e desabrigou moradores ribeirinhos. Por conta disso, os moradores de Miranda também estão em alerta.
Já chega a 67 mil o número de pessoas desabrigadas e desalojadas por causa das fortes chuvas em sete município de Mato Grosso do Sul em dezembro e janeiro, segundo a assessoria da Defesa Civil. Em todo o estado, 25 municípios decretaram estado de emergência.
A chuva, que inicialmente trouxe prejuízos ao sul do Estado em dezembro, hoje já atinge todas as regiões de Mato Grosso do Sul e começa a causar enchentes em algumas cidades do oeste, onde as cabeceiras dos rios Aquidauana e Miranda transbordaram afetando famílias ribeirinhas.
Só no município de Bela Vista, mais de 70 famílias ficaram desabrigadas depois que o nível do rio Apa subir e provocar enchentes em três bairros da cidade. Além do município, existem desabrigados e desalojados em Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iquatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Tacuru, Naviraí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas, Bela Vista, Guia Lopes da Laguna e Taquarussú.
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDC), a situação de emergência foi reconhecida em 18 cidades sul-mato-grossenses. Até o momento, 25 município decretaram.
A Defesa Civil informou que já são 24 pontes danificadas no estado. Em Tacurú , Naviraí, Coronel Sapucaia, Amambai, Sete Quedas, Paranhos, Juti, Novo Horizonte do Sul, Aral Moreira e Caarapó. Nesse último município, por exemplo, uma barragem de quase 20 metros de altura se rompeu no mês de dezembro. O balneário que tinha mais de 30 anos foi totalmente esvaziado.
Em relação às rodovias estaduais, quatro estão danificadas em Naviraí, três em Iguatemi, três em Aral Moreira e uma em Sete Quedas. Em Aral Moreira, 13 rodovias municipais foram estragadas. Já no município de Naviraí, quatro rodovias ficaram destruídas.
Entre os rios em estado de alerta por causa da cheia estão o rio Aquidauana, que falta 10 centímetros para entrar em emergência; o rio Pardo, que atingiu 604 cm de cheia e o rio Taquari, que preocupa a população ribeirinha de Coxim.
O último município a decretar emergência foi Batayporã, a 302 quilômetros de Campo Grande. Já em Ivinhema, somente no dia 6 de janeiro choveu metade do esperado para o mês inteiro.
Além de Batayporã, estão em emergência: Vicentina, Taquarussu, Tacuru, Naviraí, Itaquiraí, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Amambai, Iguatemi, Sete Quedas, Paranhos, Caarapó, Juti, Novo Horizonte do Sul, Japorã, Eldorado, Deodápolis, Mundo Novo, Bela Vista, Laguna Carapã, Fátima do Sul e Caracol. Jardim e Campo Grande também decretaram situação de emergência, mas não solicitaram ao governo do estado homologação estadual.