Os reais efeitos das chuvas intensas que atingiram a região sul do Estado vão ser mensurados a partir desta semana, com o início da colheita de soja por alguns produtores. A preocupação é em relação ao aparecimento de pragas e o escoamento da produção, já que diversas estradas foram danificadas. A qualidade dos grãos também pode ser prejudicada, com queda estimada de até 15% da produtividade para áreas afetadas.
“O excesso de chuva causa redução na produtividade da soja, de maneira geral”, diz o pesquisador da Fundação MS, Carlos Pitol. Ele frisa que não há um levantamento preciso, mas que em áreas onde a chuva foi mais intensa, na região de Maracaju, a produtividade deve cair entre 10% a 15%. “Depende muito do estágio em que a planta estava quando foi afetada pela chuva”, analisa.
A analista de mercado de grãos da Rural Business,Tânia Tozzi, pondera que só após o início da colheita será possível aferir se a chuva prejudicou a safra no total ou só pontos isolados. Por enquanto, ela diz que “alguns produtores estão muito preocupados, há casos mais graves, que visualmente você consegue ver que teve perda mesmo, mas não dá para saber o impacto geral”.
Em Amambai, o produtor e secretário do Sindicato Rural, Diogo Peixoto, diz que alguns produtores, de áreas menos afetadas, começam a colher amanhã, mas que o movimento forte será em meados de fevereiro e março. Ele frisa que a principal preocupação nesse momento é com o surgimento de pragas, já que o período de chuva atrapalhou a aplicação de agrotóxico em algumas áreas.