Situação de emergência pode ser decretada em Mato Grosso do Sul, depois que 14 municípios foram destruídos pela chuva. Os danos ameaçam, inclusive, o abastecimento de água e prejudicam o transporte de alunos que residem na zona rural. Prefeitos ainda estimam os prejuízos causados desde a semana passada.
O presidente do Consórcio Intermunicipal do Cone Sul, Sérgio Barbosa (PMDB), pontuou que Coronel Sapucaia chegou a ficar sem abastecimento de água por alguns dias e Juti pode ter o mesmo destino com tubulação rompida em decorrência da erosão do solo. Enquanto prefeito de Amambai, ele ressaltou haver dificuldade de se mensurar os estragos na área urbana. “Ainda não fechamos estudo, mas o prejuízo passa de R$ 10 milhões somente no nosso município”.
A chuva também impactou o transporte escolar de alunos, como é o caso de Tacuru que contabiliza nove pontes destruídas, seis deterioradas e três submersas. Parte da MS-160 foi levada pela enxurrada, além de uma casa. O chefe do Executivo, Paulo Pedro Rodrigues (DEM), contabiliza em R$ 14 milhões os danos em infraestrutura. Preocupa, neste caso, o fato de comunidades indígenas e rurais estarem isoladas.
Para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a alternativa para fazer frente a demanda dos municípios será decretar situação de emergência no Estado. A medida possibilita pleitear recurso federal e acelerar os trâmites jurídicos para a construção de novas pontes, bem como a recuperação de estradas e rodovias. “Muitos dos investimentos tem urgência”, frisou.
AVALIAÇÃO
Há possibilidade de que o governador sobrevoe, na próxima semana, as áreas mais afetadas pela chuva. Isso poderia incluir os municípios de Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Naviraí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas e Tacuru, que já declararam situação de emergência. Mesmo tendo contabilizado estragos, Mundo Novo não integra lista confirmada pela Defesa Civil.
Durante reunião hoje na sede da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), os prefeitos mantinham esperança de que a intervenção estadual possa acelerar a liberação de recurso para a reconstrução. “Pleiteamos pontos críticos e vamos brigar para não deixar comunidades isoladas”, ressaltou o prefeito de Paranhos, Júlio César de Souza (PDT).
Formulário de informação de desastre, no entanto, precisa ser entregue pelas prefeituras até 10 dias depois do decreto de situação de emergência para que se acesse o recurso. Somente o documento, conforme o coronel e coordenador da Defesa Civil Isaias Bittencourt, estima oficialmente os prejuízos e serve de base para o atendimento da demanda dos municípios.