O milho safrinha - ou segunda safra - rendeu muito bem este ano no Mato Grosso do Sul. Falta pouco para o estado terminar a colheita e será um recorde: nove milhões de toneladas – 9% a mais que em 2014.
A explicação para esse aumento na safra foi o clima, que dessa vez ajudou no desenvolvimento das plantas. A chuva veio na hora certa e na quantidade esperada. O resultado? Espigas carregadas e com grãos perfeitos.
A área plantada no estado também aumentou, só que na propriedade do Gabriel Basso, no município de Maracaju, o que surpreendeu foi a produtividade. “Ano passado a gente chegou a ter uma média de 110, 115 sacas. Esse ano a média é de 125 a 130 sacas por hectare. Para a safrinha da nossa região é ótimo. Estamos rindo a toa”, diz.
O agricultor Telmo Kaiser também gostou da produtividade nos catorze hectares que plantou em Sidrolândia, próximo a Maracaju. “A média foi 96 sacas por hectare. Graças a Deus deu bem, deu para pagar as contas e sobrou um pouco.”
A estrutura de armazenagem que a cooperativa LAR inaugurou para a safrinha do ano passado em Sidrolândia já se tornou pequena para tanto milho. A capacidade é de 70 mil toneladas. Cerca 30% do milho recebido foi colocado em armazéns alugados.
Na Famasul, a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, a economista Adriana Mascarenhas ressalta que o produtor foi surpreendido com o cenário atual. “O cenário era totalmente desfavorável. As projeções feitas pela Embrapa, inclusive, eram de um custo por saca de praticamente R$ 19 a um preço de R$ 16, R$ 16,50. O preço aumentou. Hoje temos o preço em média de R$ 21, R$ 21,44. Um aumento, quando comparado ao ano passado, de mais de 20%. O cenário da colheita é diferente do cenário de decisão de plantio. Não chamamos mais de safrinha, mas de safrona de inverno.”
Com a colheita do milho prestes a terminar, o agricultor já está de olho no plantio da soja. Com o dólar alto e os insumos mais caros, o jeito vai ser adaptar os cuidados com a lavoura. Telmo deve diminuir o adubo por hectare: de 330 quilos para 200 quilos. “Ninguém controla o dólar e o clima.”
O Brasil deve produzir mais de 54,6 milhões de toneladas de milho segunda safra, segundo o IBGE, um aumento de 12% em relação à safra do ano passado.