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SEXTA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2024
16 de SETEMBRO de 2015 | Fonte: Folha de Londrina

Uso de internet pelo celular impulsiona acessos no País

Inclusão da conexão móvel à categoria domiciliar faz número de pessoas com acesso saltar 7 pontos percentuais em um ano
Número de brasileiros que acessa a internet pelo telefone celular mais que triplicou desde 2011 (Foto: Folha de Naviraí/Jr Lopes)

O telefone celular foi usado para acesso à internet por 47% dos brasileiros com 10 anos ou mais no ano passado, mais do que o triplo dos 15% de 2011, segundo a 10ª edição da Pesquisa TIC Domicílios, divulgada ontem pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Como as conexões pela telefonia móvel foram incorporadas ao conceito de uso domiciliar da web no ano passado, por recomendação internacional, houve salto de 43% do número de residências ligadas à rede em 2013 para 50% no ano passado. Apesar do crescimento, o número indica que metade dos domicílios não conta com internet.


Os 47% de usuários acima de 10 anos representam 81,5 milhões de pessoas, conforme a pesquisa. Dos que acessaram a rede, 76% relataram preferência pelo uso via celulares, mais citados do que computadores de mesa (54%), notebooks (46%) e tablets (22%). Ainda, 84% dos que acessam a web por celular o fazem quase todos os dias ou diariamente.


Além de metade das residências não possuir acesso à internet, o que representa 32,3 milhões de domicílios, o estudo dividido por classes socioeconômicas aponta para a desigualdade. Na classe A, o acesso chega a 98%, seguida pela B (82%), C (48%) e D e E (14%). Nas áreas urbanas, a proporção também é de 54%, bem acima dos 22% das áreas rurais. Ainda, 60% dos moradores do Sudeste estão conectados em casa, 51% no Sul, 44% no Centro-Oeste, 37% no Nordeste e 35% no Norte.


As dificuldades não são apenas financeiras, mas também de infraestrutura, principalmente na zona rural e em regiões mais pobres. "Por mais que se diga que há tecnologia 4G no Brasil, existe um levantamento que aponta que a qualidade da banda larga móvel do País é similar à de pior qualidade que existe no Reino Unido", afirma o diretor executivo do Comitê da Democratização da Internet (CDI), Marcel Fukayama. Ele lembra que o número de usuários por antena é grande no País e maior ainda no interior.


Para ele, a tendência é que a quantidade de pessoas conectadas aumente, mas o serviço ainda é muito caro para uma boa parcela da população. "Por mais que vendam celulares subsidiados, a tributação é superior a 40% no Brasil. A vantagem é que muitas pessoas estão tendo os primeiros acessos à internet pelo celular, mesmo que por wi-fi", diz o diretor do CDI.


Para o consultor de telecomunicações em Londrina Antonio Gomes, a proliferação dos usuários de aplicativos de comunicação, como o WhatsApp, mostra o crescimento do número de usuários de internet. "Da mesma forma, o Netflix (serviço de streaming para filmes) está começando agora e há muito espaço para o crescimento dos acessos domiciliares, porque todos vão querer alugar um filme pela internet", diz.


Sem crise


O desaquecimento econômico não deve interferir negativamente no mercado de internet no País, dizem os analistas. "A crise existe em alguns setores, em outros, não. Em tecnologia, não acredito que piore porque é um elemento simplificador, que reduz custos, e não que aumenta", explica Gomes.


Fukayama lembra que o crescimento pode diminuir, mas não deixará de ficar positivo em 2015. "A internet se tornou a principal ferramenta de produtividade. Na crise de 2008, ouvimos mais sobre pessoas que desligavam uma geladeira do que sobre as que deixavam de se conectar", afirma.


O gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), Alexandre Barbosa, considera que há desafios para a universalização do acesso à internet residencial. "A série histórica da TIC Domicílios tem mostrado a permanência da desigualdade no acesso, fato que precisa ser observado em sua complexidade pelos gestores públicos para a reversão deste quadro", sugere, em nota.



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