O Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre do ano passado, resultado que somente não foi pior devido à alta de 4,7% no setor agropecuário, no mesmo comparativo. Todos as outras atividades ficaram negativas, com destaque para as quedas no consumo das famílias (-1,5%), nos serviços (-0,7%) e na indústria (-0,3%). Os números foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, o PIB brasileiro caiu 1,6%, com redução na indústria (-3,0%), em serviços (-1,2%), no consumo das famílias (-0,9%) e no do governo (-1,5%). A agropecuária teve aumento de 4,0%. O IBGE não divulgou dados estaduais.
Analistas apontam que as vendas ao público final servem como termômetro para o momento econômico do País. O indicador segurou o PIB nacional nos anos após a crise mundial que estourou em 2008, mas perdeu força. O endividamento e o aumento da inflação levaram aos reajustes nas taxas de juros e à restrição da oferta de crédito, que derrubaram o consumo e fizeram com que as indústrias diminuíssem a produção e começassem a demitir. O passo seguinte foi a queda da renda das famílias e os efeitos sobre o comércio e os serviços.
Completam os números divulgados ontem a redução de 1,3% no consumo do governo e no mesmo índice para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), representada por investimentos em bens de capital. Ainda, houve alta de 5,7% nas exportações e de 1,2% nas importações, como reflexo da valorização do dólar em relação ao real neste ano.