Contrariamente ao que se temia, o atraso no início do plantio de soja da safra 2014/2015 acabou garantindo o aumento na produção do grão em Mato Grosso do Sul. Enquanto no ciclo anterior a produtividade média no Estado registrou 46 sacas por hectare, na última safra foram 49 sacas por hectare. Esta foi uma das análises sobre o cultivo da oleaginosa feitas com base em dados do Siga – Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio e demonstradas na sexta-feira (22), durante a Apresentação de Resultados, evento da Fundação MS em parceria com o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS realizado na FAMASUL – Federação da Agricultura e Pecuária de MS.
A justificativa para o resultado positivo, segundo o palestrante e analista da Aprosoja/MS – Associação de Produtores de Soja e Milho de MS, Leonardo Carlotto, é o clima favorável. “Devido o período de estiagem na primeira quinzena de outubro, muitos produtores seguraram a semente e o que gerou atraso de15 dias no plantio. Tempo certo para que as variedades respondessem melhor a temperatura e umidade do solo no desenvolvimento do grão”, explica.
Municípios como Itaporã, Chapadão do Sul e Sonora, tradicionalmente os maiores produtores, alcançaram média superior a do Estado, 52 sacas por hectare. A resposta positiva está relacionada também à tomada de decisão do produtor. “A partir dos dados do Siga, o agricultor define se deve ou não ampliar a área de cultivo da soja ou do milho, a permanência ou troca da cultura e até o período para semeadura, informações valiosas também para técnicos e empresas”, acrescenta.
Este é o 6º ano de monitoramento de lavouras realizado pelo Siga. No levantamento, além de informações relacionadas ao uso e ocupação do solo, características técnicas como tipo de sementes, incidência de pragas, doenças e identificação de armazéns são citados. As informações do sistema são coletadas por quatro equipes que percorrem semanalmente 2 mil quilômetros. Desde do início desta safra, os técnicos visitaram 543 propriedades distribuídas em 11 municípios do estado. Número que corresponde a 5% da área total.
O Estado registrou área total de 2,3 milhões de hectares com produção total de 6,3 milhões de toneladas. Apenas 15% das propriedades visitadas apresentaram incidência de pragas e doenças, percentual que não acometeu prejuízos nos números finais.
Os participantes da Apresentação de Resultados conheceram ainda opções de bioestimulantes para a soja, cultivares de soja semeadas nesta safra e recomendações para a próxima, além de avaliação do manejo de pragas e doenças nas lavouras. O objetivo é apresentar resultados com foco em cada região, esclarecendo dúvidas dos produtores rurais e oferecendo alternativas tecnológicas a partir das pesquisas desenvolvidas pela Fundação MS.
“A Fundação possui hoje 12 unidades de pesquisa distribuídas em diferentes pontos do Estado. O crescimento institucional só aconteceu mediante o apoio de casas que se preocupam com a produção do nosso Estado, como a Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (SEPAF) e a Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS”, destacou o presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes, durante abertura do evento.
O ciclo de apresentações já passou por Naviraí, Amambai, Dourados, Maracaju e São Gabriel do Oeste. No mês de junho será levado para Sidrolândia (03), Rio Brilhante (10), Bonito (11) e o encerramento em Figueirão (19).