PF investiga manipulação de resultado em grupo de time de MS na Série D

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (26) a Operação Jogo Limpo para investigar manipulação de resultado na Série D do Campeonato Brasileiro de futebol.

A suspeita recai sobre o confronto entre Patrocinense (MG) e Internacional de Limeira (SP), dois times que fazem parte do Grupo A7, o mesmo do Costa Rica, representante de Mato Grosso do Sul na competição.

O jogo ocorreu no dia 1º deste mês e terminou em 3 a 0 para o time paulista. Os três gols foram marcados no primeiro tempo.

A investigação começou após a Polícia Federal ser acionada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) diante do grande número de apostas de que o primeiro tempo terminaria com o placar de dois gols ou mais.

Onze mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça de São Paulo estão sendo cumpridos em Patrocínio (MG), São José do Rio Preto (SP), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Tanguá (RJ) e Nova Friburgo (RJ).

Conforme a PF, as casas de apostas identificaram que apostadores detinham conhecimento prévio de que o Patrocinense perderia o primeiro tempo por ao menos dois gols. Quase todas as apostas feitas sobre a quantidade de gols no primeiro tempo do jogo escolheram o resultado de dois gols ou mais.

O relatório enviado à polícia foi elaborado pela Sportradar, companhia privada com sede na Suíça e que trabalha na detecção de fraudes relacionadas a apostas e na identificação de manipulação de resultados esportivos.

“Durante a partida, verificou-se que a equipe visitante sofreu três gols ainda no primeiro tempo, sendo um deles contra. São alvos da operação integrantes e ex-integrantes de uma das equipes”, afirmou a Polícia Federal.

A investigação revelou que determinada empresa teria firmado parceria com o Patrocinense para contratação de jogadores agenciados por ela.

A investigação apura a influência dessas pessoas no resultado da partida. A PF não citou nomes, mas na época a gestão de futebol do time mineiro era feito pela empresa Air Golden. A parceria foi encerrada no dia seguinte ao jogo.

Os crimes investigados são contra a incerteza do resultado esportivo, cujas condutas são tipificadas na Lei Geral do Esporte, com penas de dois a seis anos de reclusão.

Por enquanto, a investigação atinge apenas o time mineiro. O Costa Rica é o quarto no grupo com 14 pontos. O Maringá lidera com 23 pontos e o Patrocinense está na lanterna, com 5 pontos.