Foi assinado na manhã desta terça-feira (9) o decreto de estado de emergência ambiental de 180 dias em Mato Grosso do Sul. Este foi o primeiro ato do governador Eduardo Riedel (PSDB) no 1° Workshop de Prevenção aos Incêndios Florestais, que acontece no auditório da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
O decreto vale para condições climáticas, queimadas sem controle e tudo o que venha a afetar a qualidade do ar. Na oportunidade também será lançado o plano anual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.
A decisão de antecipar o decreto já estava sendo analisada pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia). Os dados do estudo técnico apontaram para a necessidade de evitar uma nova catástrofe no Pantanal, nos primeiros meses deste ano.
De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, não há como negar o fato de que o incêndio florestal vai acontecer e por isso é preciso estar preparado.
“Nós acabamos de assinar um decreto, porque nós estamos numa emergência ambiental. Ao longo do último mês nós fizemos todos os prognósticos no Cemtec, e criaram cenários para este ano. Nós temos um cenário próximo ao de 2020, quando 3,5 milhões de hectares foram queimados no Pantanal”. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
No decreto consta queima prescrita. “Nós identificamos onde temos grande biomassa no Pantanal, vamos notificar produtores rurais da queima prescrita. O Corpo de Bombeiros, o Governo do Estado vai estar presente junto aos produtores e vamos colocar fogo para evitar algo maior. Queima controlada é um pedido do produtor. Queima prescrita é o Estado identificando a área de risco, é acompanhada, é uma inovação sobre o ponto de vista do combate”, acrescentou Verruck.
O levantamento destacou o reflexo do fenômeno climático El Niño no bioma. Normalmente, o Estado emite alerta de incêndios nos períodos mais secos, marcados de junho a agosto.
Desde dezembro de 2023, o volume de chuvas está abaixo da média em todo o Estado. A previsão é de que o déficit de precipitação persista e provoque danos ambientais, com ampliação de área seca e intensificação de casos de incêndios florestais.
No Pantanal, a área com seca foi intensificada no período que deveria ser mais chuvoso, entre dezembro e janeiro. De acordo com a análise do Cemtec, isso resulta no aumento dos focos de calor no bioma e consequentemente em incêndios.