Untitled Document
SEGUNDA FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2024
26 de ABRIL de 2023 | Fonte: Globo Esporte

Dívida do Atlético-MG ultrapassa R$ 2 bilhões, com estádio e novo aumento, e impacta plano da SAF

Diretoria atleticana ainda espera que investidor apresente cheque para resolver endividamento oneroso no curto prazo. À medida que a sangria das contas se agrava, missão fica mais difícil
Sede administrativa do Atlético, no bairro Lourdes — Foto: Fred Ribeiro

A dívida do Atlético-MG aumentou em 2022 e hoje está acima de R$ 2 bilhões. O valor inclui obrigações que estão em nome da associação civil, cujas demonstrações contábeis estão prestes a ser publicadas pelo clube, e também o endividamento feito para a construção do estádio.

 

No balanço do clube, a dívida está próxima a R$ 1,57 bilhão, seguindo os critérios da própria diretoria alvinegra. Ela aumentou em R$ 259 milhões, em relação a 2021, principalmente por causa do elevado custo do departamento de futebol e dos juros que incidem sobre as dívidas.

 

Já o montante referente ao estádio está em outro balanço, da empresa que detém e administra o negócio. Como mostrou o ge em setembro do ano passado, o clube precisou captar R$ 440 milhões em novas dívidas para concluir a construção da Arena MRV.

 

Na manhã desta quarta-feira, a reportagem esteve em contato com o CEO Bruno Muzzi e o diretor financeiro Paulo Braz. À tarde, os executivos conversarão com outros jornalistas.

 

A piora do cenário financeiro impacta o plano para a criação da SAF e a consequente venda do futebol. O Atlético-MG negocia com potenciais investidores, sendo o americano Peter Grieve o que está mais adiantado.

 

No desenho inicial, o investidor compraria 51% das ações do clube-empresa e se comprometeria a pagar a dívida onerosa no curto prazo. Mecenas atleticanos converteriam suas dívidas em capital e seriam donos de 15%, enquanto os 34% restantes permaneceriam com a associação.

 

À medida que o endividamento continua a escalar, a necessidade de capital por parte do investidor aumenta. Discutem-se alternativas para que o projeto seja levado adiante. Se o investidor tiver de aportar mais dinheiro, pode receber percentual maior sobre a empresa, por exemplo.

 

Por enquanto, não há intenção de suspender a proposta da SAF. Caso a negociação com investidores estrangeiros não ocorra, a diretoria tem como "plano B" a constituição da empresa, restrita a investidores locais.

 

Por que a dívida só piora

No relatório que acompanha as demonstrações contábeis, a diretoria do Atlético-MG destaca três motivos para o aumento de R$ 259 milhões da dívida da associação, em 2022:

 

R$ 112 milhões – Investimento em futebol

R$ 104 milhões – Juros sobre dívidas

R$ 29 milhões – Andamento de ações judiciais

R$ 14 milhões – Outros

O que a direção atleticana chama de investimento no futebol indica o alto custo do departamento. Embora na temporada passada não tenham sido contratados tantos jogadores, as renovações contratuais com os campeões foram custosas, entre aumentos de salários, luvas e comissões.

 

O desequilíbrio no orçamento do departamento de futebol tem sido absorvido por empréstimos bancários. Como o Atlético-MG não tem tanto crédito na praça, os créditos têm sido obtidos com os avais financeiros dos mecenas que dirigem o clube, sobretudo Rubens Menin.

 

Juros são problema comum a muita gente. Com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, todas as dívidas ficam mais caras – para pessoas, empresas e o próprio governo. No caso do Atlético-MG, que acumulou a maior dívida do futebol brasileiro, o impacto nas contas é maior.

 

No caso das ações judiciais, o documento destaca processo movido pela Construtora Épura, referente a um parque aquático que o clube começou a construir há muitos anos e não terminou. A empresa judicializou o impasse. O acordo firmado no ano passado acrescentou R$ 13 milhões.

 

O tropeço do shopping

Outro fator relevante na história recente do Atlético-MG, em relação às finanças, está na venda do shopping DiamondMall, em Belo Horizonte.

 

O clube tinha acordo formalizado com a Multiplan para vender os 49,9% restantes da propriedade no ano passado. A empresa compraria essa parcela por R$ 340 milhões, valor que seria usado para abater dívidas onerosas, ou seja, aquelas que carregam os maiores juros.

 

Quando a Multiplan anunciou a desistência do negócio, houve um abalo. A companhia fez nova proposta, de R$ 170 milhões por 24,95% do shopping, meses depois. A demora para concluir a negociação e a redução do valor comprometeram o plano da diretoria atleticana.



Untitled Document
Últimas Notícias
Mapa anuncia fim da exigência de CSI para exportação de pescados aos EUA
Conanda proíbe uso de armas letais em unidades socioeducativas
Governo fecha contrato para compra de 42 motos BMW de até 1100cc para a PM
Untitled Document