Grande News que deverá registrar boletim de ocorrência em delegacia da Capital na próxima semana. Agora, ela se restabelece do sepultamento que ocorreu ontem.
Para o advogado criminalista Rodrigo Corrêa, há formas de punir quem criou o meme comparando a jovem a um botijão de gás, e deu origem a comentários, que na avaliação da família, provocaram a morte da recém-formada médica veterinária.
O advogado explica que o artigo 122 do Código Penal estabelece que é crime “induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça”, sob pena de dois a seis anos de prisão, se o suicídio se consuma. Em outro caso, a pena prevista é um a três anos, se da tentativa resulta apenas lesão corporal de natureza grave.
A pena é duplicada caso o crime seja praticado por “motivo egoístico” ou se a vítima tem menos de 18 anos ou tenha diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Se a pessoa foi instigada ao suicídio por meio de bullying, por exemplo, com frases que abordem isso de forma direta, então caracteriza-se o crime”, explica o advogado Rodrigo Corrêa.
Além disso, Corrêa ressalta que caso as falas do suspeito não tenham sido diretas, é preciso que, juridicamente, se comprove a relação, para que haja punição no campo cível. “Se a pessoa cometeu suicídio devido à pressão do bullying, a responsabilização jurídica dependerá da prova de nexo causal”.
“Ou seja, é preciso ficar claro para o juiz que a pessoa se matou por causa do bullying. Se isso não for comprovado, acredito que é possível responsabilizar na área cível de perdas e danos, mas não na área criminal. Explico: para caracterizar o crime do artigo 122, é necessário que a pessoa tenha instigado ou auxiliado o suicídio de alguma forma. Se não foi o caso, não há como enquadrar a situação na esfera criminal”.
O caso - No caso de Gabrielli, o meme mostra a jovem no dia da formatura, com vestido longo, rosa, ao lado de um botijão de gás com a mesma cor. Na avaliação da mãe, a filha se desesperou, vítima da pressão distribuída em frases e xingamentos no Whatsapp. O bullying contra a colega, que nunca foi magra, foi provocado por ciúmes de um rapaz.
“Infelizmente, essa foi a quarta vez que a Gabrielli tentou suicídio, todas as vezes foi por conta do bullying que sofria na escola e na faculdade. Minha filha sempre teve problemas por ser gordinha, as amigas sempre faziam piadas com ela, mas a gente conversava, sempre disse que o que realmente importa era o caráter”, contou a mãe da jovem, Daniella Gonçalves, de 46 anos.
Por quatro dias, os médicos tentaram reverter o quadro de intoxicação, mas na quarta-feira, pela manhã, a mãe recebeu a notícia que acabou com a esperança de milagre para a única filha.
Onde procurar ajuda - O Campo Grande News aproveita para informar que o GAV (Grupo Amor Vida) presta um serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através do telefone 0800-750-5554. Ligue sempre que precisar! O horário de funcionamento é das 7h às 23h, inclusive, sábados, domingos e feriados.