94% dos pequenos negócios utilizam modalidade de pagamento em MS (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil) |
O número de adeptos do Pix vem crescendo entre os empresários sul-mato-grossenses. Segundo a 13ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) em novembro do ano passado, 94% dos pequenos negócios utilizam essa modalidade de pagamento. O número é oito pontos percentuais superior ao detectado na edição anterior do estudo, de agosto, quando 86% dos entrevistados afirmaram ter aderido ao Pix.
Segundo a analista técnica do Sebrae/MS, Vanessa Schmidt, a ferramenta é uma tendência entre os empresários, tanto pequenos quanto grandes. “É uma tendência que veio para ficar e chegou em um cenário de instabilidade econômica. A pandemia fez com que muitos empresários precisassem migrar para formas de comercialização digital, e o Pix foi mais uma das opções de pagamento digital. A partir dele, as pessoas puderam concretizar suas compras à distância, sem precisar ter contato com máquina de cartão ou dinheiro. Pela facilidade dele, se disseminou rapidamente em todo o país”, explica.
Quando o assunto é comercialização, o levantamento mostra que os empresários vêm adotando ferramentas digitais em suas empresas: a maioria (85%) vende utilizando as redes sociais, aplicativos ou internet, como por exemplo, WhatsApp, Facebook, Instagram, entre outros. Porém, quando é abordado o uso das tecnologias digitais para a gestão do negócio, o número cai – apenas 11% dos entrevistados afirmaram ter implementado a automação de processos, por exemplo.
“A pandemia impulsionou o aumento do uso da tecnologia para facilitar as relações comerciais, porque essa foi uma necessidade do mercado. Muitos empreendedores passaram a ver nas nos canais digitais, a facilidade de comercialização para que suas vendas não caíssem, ou que pudessem crescer nesse período de restrições. No entanto, a pandemia não teve a capacidade de dar o mesmo impulso na automação de processos, já que, naquele momento, a necessidade para a empresa continuar operando era garantir as relações comerciais, ou seja, continuar vendendo”, analisa Vanessa Schmidt.
Desafios para os empresários
O estudo também revela os motivos que mais dificultam os empresários de voltarem à situação financeira de antes da pandemia. Em Mato Grosso do Sul, a maioria apontou o aumento dos custos (60%) como o principal entrave.
“Durante a pandemia, houve um grande impacto nas cadeias de fornecimento, assim, muitos produtos, insumos e matérias-primas faltaram no mercado e a logística ficou mais dificultada. Tivemos um ano de inflação alta, com aumento generalizado de preços. O processo produtivo sofreu com esse aumento dos custos e fatores de produção, consequentemente, o produto passou a ser vendido a um preço mais alto. Esse continua sendo um gargalo para os empresários, e muitos também sofreram com queda nas vendas e dificuldade para acessar crédito”, explica a analista do Sebrae/MS.
Além disso, outros motivos que dificultam a retomada do negócio são a falta de clientes (16%), dívidas com fornecedores (8%), dívidas com empréstimos (6%) e dívidas com impostos (5%). “No entanto, muitos empresários também relataram nesse período que conseguiram melhorar as suas relações comerciais com os fornecedores. Embora o custo da mercadoria estivesse mais alto, as restrições do mercado para os fornecedores fizeram com que ficassem mais abertos a negociações”, finaliza Vanessa Schmidt.
A pesquisa Covid - O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios – 13ª edição foi realizada entre os dias 25 de novembro a 1º de dezembro, com 6.883 respondentes de todos 26 Estados e DF. Os entrevistados são compostos por 59% de microempreendedores individuais (MEI), 36% microempresas (ME), e 5%, empresas de pequeno porte (EPP). Em MS, o estudo ouviu 95 empreendedores.