Nove auditores e analistas da Receita Federal que atuam em cargos de confiança como chefes do órgão em Mato Grosso do Sul pediram exoneração nesta quarta-feira (22/12).
Entregaram os cargos sete servidores da alfândega em Corumbá, que atuam na liberação de mercadorias na fronteira do Brasil com a Bolívia, e dois que atuam na análise da malha fina do Imposto de Renda, em Campo Grande.
O Ministério da Economia informou que não vai se manifestar.
Na carta de exoneração, os auditores e analistas da alfândega de Corumbá ressaltam que a solicitação ocorre em “apoio às diversas ações da mesma natureza” que estão ocorrendo no país e que se encontram “perplexos com o descaso com a classe e com o órgão por parte do governo federal”.
Segundo o presidente do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal em Mato Grosso do Sul (Sindifisco Nacional MS), Anderson Novaes, o corte no orçamento da Receita para 2022 é equivalente ao que foi destinado pelo governo federal para dar aumento para as carreiras da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
“Foram R$ 1,2 bilhão a menos do orçamento de 2022, sendo R$ 600 milhões somente para a área de TI. Sem esses recursos não teremos concursos externos e nem como assegurar o funcionamento de todos os sistemas do órgão”, alertou.
O presidente do Sindifisco Nacional MS, diz que também houve o descumprimento pelo governo federal de um acordo de 2016 para o pagamento de um bônus de eficiência.
“Foi uma demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária que tem se empenhado muito para promover a sustentação financeira do país”, analisou, completando que diante desta verdadeira “humilhação institucional”, o Sindifisco Nacional fez um chamamento institucional a toda a classe para a entrega maciça das funções e cargos de chefia, além da paralisação imediata de todo os trabalhos.
Segundo a vice-presidente do Sindifisco Nacional MS, Yone de Oliveira, o movimento de entrega dos cargos que começou na segunda-feira (20/12) vem ganhando força e ainda nesta quarta-feira é aguardada a adesão também das chefias de alfândega da Receita Federal em Ponta Porã.
Ela destacou ainda que as exonerações devem afetar diretamente o trabalho da Receita e citou, o exemplo, da análise das declarações do Imposto de Renda, que pode ser prejudicada com a saída dos cargos do supervisor e do supervisor substituto da “malha”, em Campo Grande.
Entregaram pedidos de exoneração:
Erivelto Moyses Torrico Alencar, Delegado da ALF/COR
Ricardo Takeharu Suzuki, Delegado Adjunto da ALF/COR
Arthur Wamberth dos Santos e Silva, Chefe da Equipe Aduaneira 01 (EAD1) e Chefe Substituto da Seção de Vigilância Aduaneira (SAVIG)
Márcio Lázaro Mamede, Chefe da Equipe Aduaneira 02 (EAD2)
Filipe Zangarine Quadrado, Chefe Substituto da Equipe Aduaneira 02 (EAD2)
Silvane Maria Drumond Avelino, Chefe da Seção de Gestão Corporativa (SACOR)
Michelle Jimenez da Costa, Chefe da Equipe de Mercadorias Apreendidas (EMA)
Marcos André Más - Supervisor Substituto Malha IRPF Campo Grande
Gilson Ishikawa - Supervisor da Malha IRPF Campo Grande