Foto: Divulgação/PMA |
Policiais Militares Ambientais de Naviraí autuaram nesta segunda-feira (20/09) um casal de traficantes de animais silvestres, que estava com 229 filhotes de aves silvestres ilegais, em caixas em um veículo Fiat Uno, abordado pela Polícia Civil de Naviraí, no posto fiscal Foz do Amambai, na operação Fronteira e Divisas Integradas.
Os Policiais deram voz de prisão aos infratores, apreenderam o veículo e as aves e acionaram a equipe da PMA, que estava em bloqueio na região, na operação de combate ao tráfico dessas aves (Bocaiúva), para proceder a autuação administrativa (multa ambiental). Os traficantes de animais foram conduzidos à delegacia de Polícia Civil de Naviraí e responderão por crime ambiental, com pena prevista de seis meses a um ano de detenção. Foram apreendidos 224 filhotes de papagaios, três filhotes de arara e dois filhotes de maritaca e o veículo.
O casal, uma mulher (24) e o homem (41) residentes Ponta Grossa (PR), afirmou que pegou os animais em um posto de combustível na cidade de Naviraí, na saída para a cidade de Ivinhema e que havia pago R$ 600,00 por cada arara, R$ 120,00 por cada papagaio e R$ 40,00 por cada maritaca e que os animais seriam comercializados no Estado do Paraná.
APLICAÇÃO DE MULTA AMBIENTAL
Os Policiais Militares Ambientais autuaram os traficantes administrativamente e arbitraram multa de R$ 1.145.000,00 pelo tráfico e mais R$ 114.500,00 por maus tratos, devido as condições de transporte das aves, contra cada um dos infratores, perfazendo um total de R$ 2.519,000,00 (dois milhões, quinhentos e dezenove mil reais). A multa por animal pelo tráfico é de R$ 5.000,00 porque os psitacídeos constam da lista da Convenção Internacional do Comércio da Fauna e da Flora em perigo de extinção (CITES), da qual o Brasil é signatário. A multa mínima por maus tratos é de R$ 500,00, conforme foi aplicada contra cada autuado.
Foto: Divulgação/PMA |
A PMA encaminhou as aves à fazenda Green Farm CO2 Free, localizada no município de Itaquiraí, a qual possui estrutura adequada para recebimento de animais silvestres. Os animais já receberam atendimento veterinário e estão em ambiente apropriado e ficam à disposição dos técnicos do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), de Campo Grande. O CRAS decidirá sobre remoção à Capital ou reabilitação na própria fazenda até à soltura.
REGIÃO PRINCIPAL DO TRÁFICO E PERÍODO PREOCUPANTE
A região principal do problema de tráfico de papagaio e que é monitorada é basicamente a que constitui os municípios próximos às divisas com os estados de São Paulo e Paraná, como Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Três Lagoas e Brasilândia, além de Naviraí, Itaquiraí, Eldorado e Mundo Novo, porém, a operação está sendo realizada em todo o Estado, como em 2018, quando houve redução na retirada de filhotes de papagaios no Estado.
PROBLEMAS DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES
O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio.
Foto: Divulgação/PMA |
Como o que interessa ao comprador na espécie, é a capacidade que ela tem de aprender a imitar a voz humana, a retirada só é realizada enquanto filhote. Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado de Mato Grosso do Sul, pois é o período reprodutivo dos papagaios, que é o animal mais traficado no Estado.
Por isso, neste período, operações preventivas nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes são fundamentais. Também é importante a vigilância a traficantes presos em anos anteriores. Bloqueios são importantes também nas saídas do estado são, pois evitam que traficantes de fora e locais sintam-se tentados a praticar o crime.