A colheita de soja 2020/21 do Brasil atingiu 15% das áreas até a última quinta-feira (18/02) e segue com os trabalhos mais lentos em dez anos, estimou a consultoria AgRural nesta segunda-feira (22/02).
No comparativo semanal, a colheita do maior produtor e exportador global da oleaginosa avançou 6 pontos percentuais. No entanto, no mesmo período da safra anterior, os trabalhos estavam em 31%.
"Apesar do avanço mais acelerado observado nas duas últimas semanas, os 15% colhidos até agora são o índice mais baixo para meados de fevereiro em dez anos, impactando logística e exportações", afirmou a consultoria em nota.
Diante da previsão de chuvas em grande parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil nesta segunda quinzena de fevereiro, e expectativas de mais precipitações ao menos até os primeiros dias de março, produtores avançaram com as colheitadeiras mesmo em áreas onde o grão está com excesso de umidade, na tentativa de evitar perdas de qualidade mais adiante, disse a AgRural.
No sul de Mato Grosso do Sul, a semana foi de tempo mais firme, mas a colheita seguiu lenta, com poucas áreas prontas devido ao plantio atrasado e ao alongamento do ciclo das lavouras. O mesmo cenário foi visto nos Estados da região Sul do país.
"No Rio Grande do Sul, onde ainda não há colheita, os produtores monitoram a previsão de tempo mais seco até o começo de março, mas o solo ainda tem umidade e, por enquanto, não há risco de perda significativa de produtividade", destacou a consultoria.
Já o plantio de milho, realizado imediatamente após a retirada da soja do campo, atingiu 24% da área prevista para o centro-sul até quinta-feira (18). Trata-se de um avanço sobre os 11% vistos uma semana antes, mas ainda bem atrás dos 51% registrados no mesmo período do ano passado.
Apesar do atraso e dos problemas climáticos, a projeção mais recente da AgRural indica recorde de produção de soja na safra 2020/21 do Brasil, em 131,7 milhões de toneladas.