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SEXTA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2024
04 de JANEIRO de 2021 | Fonte: Correio do Estado

Agronegócio e indústria devem puxar crescimento em 2021

Resiliência de Mato Grosso do Sul em 2020 abre caminho para bons resultados neste ano.
Soja continua sendo um dos principais produtos de MS (Foto: Folha de Naviraí/Jr Lopes)
Soja continua sendo um dos principais produtos de MS (Foto: Folha de Naviraí/Jr Lopes)

O ano de 2020 foi atípico para o mundo todo. A pandemia da Covid-19 derrubou as receitas e fez com que muitas cidades e estados fizessem malabarismos para arcar com os compromissos. Em Mato Grosso do Sul, o impacto foi sentido nos meses de março e abril, mas rapidamente o Estado se recuperou e fechou o ano com arrecadação 10% maior que em 2019. Além disso, projeta crescer ainda mais este ano.

 

Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a economia do Estado foi resiliente em 2020. “A gente terminou o ano com um crescimento de 10% a 15% na arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em comparação com 2019. A gente terminou o ano com equilíbrio fiscal extremamente satisfatório, o que permitirá que tenhamos mais força para investir”, diz.

 

Entre os números positivos registrados no ano passado, o Estado ficou com saldo positivo na geração de empregos formais. No acumulado de janeiro a novembro, MS tem o nono melhor desempenho na criação de vagas do País, com saldo de 16.511 vagas, resultado de 197.058 admissões e 180.547 desligamentos.

 

Outro resultado positivo foi registrado nas exportações. Nos 11 meses de 2020, as exportações somaram US$ 5,462 bilhões, 4,6% a mais que o total enviado ao exterior nos 12 meses de 2019, quando foram negociados US$ 5,217 bilhões – diferença de US$ 245 milhões ou R$ 1,2 bilhão. Já no comparativo com o mesmo período, entre janeiro e novembro, o Estado negociou um volume 11% maior em 2020. O volume fechado de 2020 ainda não foi divulgado.  

 

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou que o Estado cumpriu suas obrigações. “Desde o início de nossa gestão falamos da importância de fazer ajustes fiscais, de ter cuidado com as contas públicas, de tomar medidas, até impopulares e amargas, para não deixar o Estado sucumbir. Hoje somos um Estado que cumpre suas obrigações com fornecedores e com os servidores”, destaca.

 

“Somos o Estado com maior volume de investimentos no Brasil por habitante. Enquanto Mato Grosso do Sul investe R$ 365 ao ano por cidadão, Espírito Santo, que é o segundo colocado, aplica R$ 257”, conclui.

 

CRESCIMENTO

Levantamento realizado pelo Instituto Tendências Consultoria Integrada aponta que Mato Grosso do Sul está entre os cinco estados brasilewiros a encerrar 2021 com crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), superando em 2,7% o PIB de 2019.  

 

“A perspectiva para  este ano é de equilíbrio fiscal, com R$ 20 bilhões de investimentos do setor privado e o Estado fazendo uma recomposição da sua capacidade de desenvolvimento. Consequentemente, o foco disso é manter a geração de empregos e MS entre os cinco [estados] com geração de emprego positiva. Manter o processo de exportações elevado de celulose, minério, soja e carnes”, analisa Verruck.  

 

Segundo o secretário, neste ano, novamente os setores da agropecuária e da indústria trarão resultados ainda melhores para a economia estadual. “Temos uma perspectiva muito positiva para 2021, decorrente principalmente da safra recorde. Claro, isso se as condições climáticas ajudarem – nós plantamos bem e a gente tem preço e demanda. Isso faz com que a gente tenha um giro na economia bastante forte em cima da produção de soja, que deve ser recorde”, explica Verruck.

 

A área plantada de soja é estimada em 3,645 milhões de hectares, aumento de 7,55% na comparação com a safra 2019/2020, que foi de 3,389 milhões de hectares. A produtividade é estimada em 53 sacas por hectare, gerando a projeção de produção recorde, com 11,591 milhões de toneladas – aumento de 2,35% ante os 11,325 milhões de toneladas na safra 2019/2020.

 

Além da soja, a produção de celulose também deve crescer, assim como a produção de carnes. A ideia, de acordo com a gestão estadual, é agregar valor à produção local. “Temos uma sinalização muito clara da continuação da expansão da suinocultura. Talvez neste ano a gente cresça 40% na suinocultura e 20% na avicultura”, ressalta o secretário.

 

Nas exportações, a dificuldade foi manter a paridade, ou seja, manter a oferta no mercado interno por causa do volume da exportação. “A gente acredita que existe uma forte demanda interna para farelo e para milho. Na verdade, nossa janela [de plantio] do milho é nossa grande preocupação. Dado que, neste ano, teremos nossa primeira usina de etanol de milho, com investimentos de quase R$ 1 bilhão”.

 

INDÚSTRIA

Na indústria, o secretário ressalta que teve a inauguração da Lar Cooperativa Agroindustrial, em Caarapó. É um complexo processador de soja, com capacidade de processar 1,5 mil toneladas de soja por dia e produzir 300 toneladas de biodiesel a cada 24 horas, além da produção de farelo e energia. Toda a estrutura da indústria ficou parada por 11 anos, até ser comprada e revitalizada pela Lar em 2019.

 

“Reativamos uma série de unidades que estavam paradas, como a indústria de soja da Lar, o frigorífico de Paranaíba, que estava fechado e reabrimos, o frigorífico de Rio Verde, que daqui alguns meses volta à operação, e o frigorífico de peixes de Dois Irmãos do Buriti”, conta Verruck.

 

O secretário ainda afirma que, neste ano, outras indústrias serão inauguradas: “Temos em 2021 a indústria de celulose lá em Ribas do Rio Pardo, com investimento de R$ 14 bilhões”.



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