Professor orientador Lucas Eduardo com os irmãos João e Pedro Lorençone (Foto: Divulgação) |
Um artigo produzido por estudantes do Campus Naviraí do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) venceu o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia - edição 2020, concedido pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI), realizado no início de dezembro. A premiação, na categoria “Estudante Universitário”, garantiu aos autores o valor de R$ 15 mil reais.
O artigo “Previsão do rendimento das culturas com base em parâmetros climáticos no Brasil utilizando algoritmos de Machine Learning” foi desenvolvido pelos irmãos João e Pedro Lorençone, orientados pelo professor Lucas Eduardo de Oliveira Aparecido.
Os estudantes do Campus Naviraí pesquisaram como a tecnologia do machine learning poderia contribuir no estudo da produtividade do algodão.
Segundo João, o machine learning poderia ser explicado como uma tecnologia de análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos.
“Nós aplicamos seis modelos ao machine learning para ampliar nossa análise, considerando que a produtividade da cultura do algodão pode variar conforme uma série de fatores, mas especialmente o clima”, disse o estudante.
Ele explica ainda que quanto mais precisa for a análise dos dados referentes à produtividade, maior será o benefício para o agricultor.
“Com a coleta destes dados, podemos prever a produtividade da colheita, e melhorar aspectos do planejamento. Quanto mais precisos pudermos ser em uma análise como esta, maior será a contribuição para o agricultor que utilizar este sistema em sua tomada de decisões”, afirmou ainda.
Para o orientador da pesquisa, Lucas Aparecido, este é mais um importante projeto desenvolvido no Campus com objetivo de pesquisar e desenvolver a utilização de tecnologias aliadas à produção do agronegócio, vocação econômica da região.
“Nossa pesquisa utiliza as mais recentes tecnologias para realizar previsões de produtividade no agronegócio, uma inovação que pode mudar completamente as estimativas feitas atualmente por entidades governamentais, como a CONAB [Companhia Nacional de Abastecimento] e IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”, confirmou o professor.
Segundo ele, essa inovação pode promover não apenas o desenvolvimento local, mas sim o agronegócio brasileiro como um todo. “A formação com este tipo de conhecimento é um diferencial que o estudante vai poder apresentar no meio profissional; no caso deste prêmio, tenho certeza que deve incentivar os demais alunos da instituição a participarem de pesquisas”, concluiu.
Fomento
O artigo é fruto do projeto “Implementação das Classificações Climáticas de Koppen e Geiger (1928) e Camargo (1991) no Centro-Oeste do Brasil e suas aplicabilidades na agricultura”, sendo que este projeto recebeu fomento institucional por meio do Edital n.º 28/2019, referente ao ciclo 2019-2020 da iniciação científica.
Prêmio
Criado em 1998, o prêmio reconhece pesquisadores nacionais e da América Latina em cinco categorias que vão desde a iniciação científica (para estudantes do ensino médio e técnico) até pesquisadores seniores (acima de 36 anos). O tema deste ano foi Inteligência Artificial, que pode ser aplicada em áreas como agricultura, cidades, saúde, indústria e ética.
A cerimônia de premiação foi feita na terça-feira, 15, durante transmissão ao vivo do programa “Ciência e Tecnologia no Dia a Dia”, apresentado semanalmente pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.