Bergomi, Collovati, Cabrini, Antognoni, Tardelli, Conti, Altobelli, Causio, Giovanni Galli, Oriali, Dossena, Massaro, Baresi, Baggio, Paolo Maldini... Mais do que um time inteiro, além da geração campeã da Copa de 1982, fora fãs e autoridades. Neste sábado (12/12) de manhã, em Vicenza, o funeral de Paolo Rossi, morto na quarta-feira passada, reuniu os ex-companheiros de campo, outros tantos que brilharam com a bola e a família numa cerimônia para cerca de 250 pessoas na Catedral da cidade ao norte da Itália.
- Não perdi somente um companheiro de equipe, mas um amigo e um irmão. Juntos, lutamos, vencemos e às vezes perdemos, sempre nos levantando mesmo diante das decepções. Éramos parte de um grupo, aquele grupo, nosso grupo. Não pensei que você fosse embora tão cedo, mas que caminharíamos muito juntos - disse Antonio Cabrini em sua homenagem na catedral, antes do funeral.
O ex-companheiro de Juventus e seleção italiana resumiu bem o quanto Paolo Rossi era querido.
- Já estou com saudades de você, de suas palavras de conforto, de suas piadas e de suas piadas estúpidas. Suas improvisações e seu sorriso. Sinto muita falta de tudo em você, hoje quero agradecer porque, se sou quem sou, devo isso também ao maravilhoso amigo que você foi. Jamais te deixarei, você está perto de todos nós, assim como estarei perto de Federica e de seus filhos. Mas você fica perto de mim - disse Cabrini citando a esposa de Paolo nas homenagens.
Na homilia, Dom Pierangelo Ruaro exaltou como Paolo Rossi enfrentou o câncer de pulmão.
- Paolo viveu a doença com a graça e discrição habituais. Sua grandeza era ser um campeão, mas nunca um personagem. Agora vai treinar no Coverciano do céu - disse Dom Pierangelo Ruaro, fazendo referência ao centro de treinamento da seleção italiana.
Para encerrar, citou uma canção do músico italiano Renato Zero:
- Deus abençoe atores, músicos, os criativos e o pessoal do circo. Todas essas pessoas que comunicam uma felicidade ativa, positiva e generosa. Nesta lista também incluímos você, Paolo, obrigado por ter feito tantas pessoas sonharem e as ter ensinado a viver - disse Dom Pierangelo Ruaro.
Desde a véspera, a população local prestou homenagens ao ex-jogador que começou a brilhar no time que ainda se chamava Lanerossi Vicenza. Em velório iniciado na sexta-feira, no estádio Menti, os fãs puderam dar o adeus mais perto do caixão.
Neste sábado, lembranças da conquista da Série B de 1976/77 e da campanha do vice-campeonato e artilharia da Série A na temporada seguinte dividiram espaço com a exaltação ao herói do tricampeonato mundial italiano em 1982 pela Azzurra.
Restritos ao limite dos bloqueios das ruas para não aglomerar mais ainda a catedral da cidade, os fãs cantaram coros que tinham a mesma intenção, lembrar o herói italiano: "Pablito, Pablito" ou "Paolo, Paolo".
O último adeus a Paolo Rossi será no domingo, em Perugia. Seu corpo será cremado em cerimônia privada, com familiares e do clube que defendeu na temporada 1979/80, depois que saiu do Vicenza e antes de ir para a Juventus.