O Cruzeiro começará a Série B com seis pontos negativos. Nesta terça-feira (19/05), o clube foi comunicado pela Fifa da perda da pontuação na próxima competição nacional, devido ao não cumprimento da ordem de pagamento, emitida pela entidade em março deste ano, referente à dívida do clube com o Al Wahda, pelo empréstimo de seis meses do volante Denilson.
O clube mineiro tinha até esta segunda-feira para realizar o pagamento dos 850 mil euros ao Al Wahda, em valor que beira os R$ 5 milhões na cotação atual. O clube mineiro tentou negociar, através do superintendente jurídico, Kris Brettas, o parcelamento e até um adiamento diretamente com o clube dos Emirados Árabes, mas não obteve êxito. A informação foi inicialmente divulgada pela rádio Itatiaia e confirmada pelo GloboEsporte.com com o clube.
Agora, o clube terá um novo prazo para realizar o pagamento da dívida com o Al Wahda. Se não cumprir o prazo, receberá uma nova punição da Fifa.
O clube mineiro afirmou que ainda não foi notificado da decisão da perda dos pontos, mas estava ciente da possível punição. Os dois candidatos à presidência, inclusive, foram notificados da situação, segundo o clube. CEO do Cruzeiro, Sandro González, explicou como estavam as negociações.
- Vínhamos tentando um adiamento para o segundo semestre, mas os dirigentes do Al-Whada foram taxativos. Eles disseram que o processo corre há mais de quatro anos na Fifa e ninguém do Cruzeiro, nenhum dirigente neste período todo, procurou o Al-Whada para buscar um acordo. Eles disseram que se sentiram frustrados e descrentes, e que por isso não poderiam facilitar nada para o Cruzeiro neste momento. Nós explicamos a eles que o clube também foi uma vítima de tudo o que aconteceu nos últimos anos, que agora são outras pessoas que estão à frente da instituição, e que temos a total intenção de resolver. Já tínhamos tratativas avançadas desde a semana passada, e vamos fazer de tudo para evitar qualquer tipo de punição ao Cruzeiro - disse o dirigente.
Relembre a contratação
A dívida contraída por Denilson é uma das que mais chama atenção no Cruzeiro em casos discutidos na Fifa. O jogador, que chegou para se recuperar de uma lesão, esteve apenas por seis meses no Cruzeiro, entre o meio e o fim de 2016, e fez apenas cinco jogos - dois como titular. O clube não pagou os 850 mil euros acordados pelo empréstimo e passou a discutir a ação na Fifa. À época, o clube árabe aceitou pagar a totalidade dos salários do volante enquanto ele estivesse na Toca.
O Cruzeiro acumula uma dívida superior a R$ 80 milhões, em contratações. O clube ainda tem outra ordem de pagamento a cumprir em 29 de maio. É da compra do atacante Willian, em 2014, do Metalist Kharkiv, da Ucrânia. O clube europeu foi dissolvido, e a dívida foi herdada pelo Zorya Fc. Boa parte das dívidas ocorreram, em quase na totalidade, na gestão do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares. Apenas um caso discutido, até o momento, se refere à gestão de Wagner Pires de Sá, a do empréstimo do atacante Pedro Rocha.