A pandemia do coronavírus já fez as Olimpíadas de 2020 serem adiadas em um ano, mas os Jogos ainda não estão 100% garantidos nem em 2021. À medida que a crise na saúde mundial cresce, aumenta a desconfiança sobre o controlar o novo vírus até julho do ano que vem. Diretor-executivo do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, Toshiro Muto endossou, nesta sexta-feira (10/04), as dúvidas sobre o futuro das Olimpíadas.
- Não acredito que qualquer um possa se vai ser possível controlar a situação até julho (de 2021) ou não. Certamente não estamos em uma posição de dar uma resposta clara. Decidimos adiar os Jogos em um ano, então isso significa que tudo que podemos fazer é trabalhar duro para nos preparar para os Jogos. Esperamos sinceramente que no próximo ano a humanidade consiga superar essa crise do coronavírus - disse Muto, durante entrevista coletiva em Tóquio.
O Japão está passando por um novo surto do coronavírus desde o adiamento dos Jogos, oficializado no dia 24 de março. O país, que conta com a população mais envelhecida do mundo (os idosos são o maior grupo de risco da covid-19), já registrou mais de 5.500 casos da doença e 99 mortes. Nesta semana, o primeiro-ministro Shinzo Abe declarou estado de emergência. O cenário também não é animador mundo afora. O Comitê Organizador de Tóquio, porém, não trabalha com alternativas e foca na reestruturação dos Jogos para 2021.
- Em vez de pensar em planos alternativos, devemos colocar todo nosso esforço nos Jogos para 2021. A humanidade deve reunir toda a sua tecnologia e sabedoria para trabalhar duro para desenvolver tratamentos, medicamentos e vacinas - disse Toshiro Muto.
Um ponto de dúvida que o Comitê Organizador de Tóquio tenta solucionar se refere à chama olímpica. O fogo símbolo dos Jogos foi aceso em Olímpia, na Grécia, no início de março. A tocha faria um revezamento pelas cidades japonesas, mas o isolamento social para conter o coronavírus impediu a viagem da tocha. A chama estava sendo exposta em Fukushima, mas a exibição foi cancelada nesta semana.
- Depois que o revezamento da tocha olímpica foi cancelado, a chama olímpica foi colocada sob a administração de Tóquio 2020. Obviamente, no futuro, existe a possibilidade de ser exibido em algum lugar. No entanto, por enquanto está sob a administração de Tóquio 2020 e não farei mais comentários sobre o assunto - disse Muto.
Durante a coletiva desta sexta-feira, o diretor-executivo também anunciou o esperado cancelamento da visita da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) a Tóquio, que aconteceria na próxima semana. Por causa das restrições de viagens impostas pela pandemia do coronavírus, haverá apenas um encontro virtual para trocar informações sobre o andamento dos Jogos, especialmente sobre as negociações para a utilização da instalações esportivas em 2021. Toshiro Muto não entrou em detalhes sobre as negociações, mas prometeu uma solução em breve.
Também foi cancelada a visita a Tóquio do presidente do COI, Thomas Bach, antes programada para maio.