Reportagem publicada pela Revista Veja indica que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, balançou forte nesta segunda-feira (06/04), mas que continua no cargo, pelo menos por ora. Conforme o site da revista, o presidente Jair Bolsonaro já havia tomado a decisão de exonerar o médico sul-mato-grossense e ex-deputado federal pelo DEM do cargo de ministro, mas no final foi convencido por militares, como os ministros Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Governo), de que a melhor decisão seria manter o ministro por enquanto.
Se demitisse Mandetta, o Brasil se juntaria ao Equador como os países do mundo que demitiram o ministro em meio a crise de saúde público (e consequentemente econômica) causada pela pandemia do coronavírus. O Equador vive situação de calamidade, com colapso do sistema funerário.
Conforme a Veja, a possibilidade de exoneração, no entanto, continua forte. Mandetta bateu de frente com Bolsonaro principalmente por causa da questão da quarentena ampla, que o ministro e as principais autoridades de saúde do mundo defendem, entre elas a Organização Mundial da Saúde (OMS), que lidera os esforços mundiais de combate à pandemia. Bolsonaro prefere flexibilizar o isolamento social por acreditar que isso vai “quebrar” a economia do país e provocar caos social, o que pode ferir de morte o seu governo.
O deputado federal Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania, a imunologista e oncologista Nise Yamaguchi, diretora do Instituto Avanços em Medicina, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, são apontados como favoritos a ocupar o cargo. Terra, inclusive, já teria ligado para os governadores para anunciar a decisão do presidente.