Com a colheita da soja praticamente encerrada (98,9%), o campo traz uma notícia otimista para a economia de Mato Grosso do Sul: a safra recorde será maior ainda. O aumento da área e da produtividade elevaram o volume colhido – de 9,9 milhões de toneladas previstos inicialmente – para 11,328 milhões/ton. A produtividade média ficou acima de 55 sacas por hectare (a projeção inicial eram 52 sc/ha) e em muitas regiões os produtores conseguiram recorde também nesse quesito.
Os dados são do Boletim do SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) divulgado nesta terça-feira (31.03) e mostram, portanto, que além do volume o Estado tem área recorde ocupada com a soja nessa safra.
“Esse aumento de área se deu ocupando espaços que eram de pastagens. Mostra o potencial que Mato Grosso do Sul tem, ainda, sem pressionar os estoques de vegetação nativa. Isso foi possível, também, em função do uso de tecnologias e pesquisas feitas pelas fundações, adaptando novas variedades para os solos menos aptos à Agricultura. Temos muito a comemorar”, avaliou o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
Inicialmente a previsão era de que a área da soja ficasse em 3.163 milhões de hectares, em torno de 6% acima do verificado na safra passada. Porém, terminada a colheita, descobriu-se que Mato Grosso do Sul plantou 3.389 hectares de soja na safra 2019/2020, recorde absoluto também de área. “A gente encara 6% como aumento natural da área de soja no Estado. E só consegue consolidar esses dados após o download das imagens de uso e ocupação do solo com a auditoria das oito equipes de técnicos que vão a campo verificar efetivamente que cultura ocupa aquela área”, explica o presidente da Aprosoja, André Dobashi.
A área da soja nessa safra, portanto, foi 13,76% maior do que a da safra anterior (2.979.345 mi/ha). Como a produtividade também aumentou, passando de 52 sacas por hectares – registradas no ano passado – para 55,7 sc/ha, o resultado foi o volume total de 11,328 milhões de toneladas de grãos, aumento de 28,73% em relação ao que foi colhido na safra 2018/2019 (8,8 milhões ton).
Bons números têm custo, salienta Jaime Verruck. Além do apoio às instituições de pesquisa que possibilitam o desenvolvimento de tecnologias e melhoramentos genéticos para adaptação de variedades mais produtivas, o volume maior da safra requer aumento da capacidade de armazenamento e investimentos na logística para escoar essa produção. “Temos mais de R$ 200 milhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste para armazenagem e tem ampliada também a demanda por infraestrutura, estradas e pontes, que o governo do Estado tem atendido e continuará atendendo através do Fundersul”.
Os técnicos do Projeto SIGA/MS apontam como fator determinante para esse aumento de área, a prorrogação da data de plantio em função da estiagem prolongada no ano passado. Isso oportunizou ao produtor a abertura de mais áreas enquanto esperava as chuvas para o plantio. Creditam ainda à confiança do produtor no conjunto de cenários favoráveis para a Agricultura, como as condições climáticas que garantem produtividade e o preço das commodities no mercado internacional.
O Projeto Siga/MS é uma parceria entre a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), a Famasul (Federação da Agricultura de MS) e a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja do Estado).