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SEGUNDA FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2024
16 de MARÇO de 2020 | Fonte: Globo Esporte

CBF amplia restrições e paralisa competições

Reticente sobre adiamento das Eliminatórias no início da semana, entidade nacional do futebol viu mobilização de clubes crescer. Decisão foi tomada no fim da noite de sábado.
Rogério Caboclo, presidente da CBF, em reunião do Conselho Técnico: presidente determinou suspensão de competições neste domingo (Foto: Reprodução / CBF)

O crescimento de casos do novo coronavírus no mundo e no Brasil atingiu em cheio à agenda esportiva nacional. Nesse domingo (15/03), a CBF anunciou a suspensão de todas as competições que realiza, no futebol masculino e feminino. As medidas da entidade nacional do futebol foram gradativas. Primeiro, sentiu na pele o cancelamento e adiamento de competições.

 

Na última sexta (13/03), a CBF determinou fechamento de portões nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, locais onde o vírus já tinha transmissão comunitária - sem origem determinada. Mas, 48h depois, decidiu-se pela suspensão do futebol em competições organizadas pela CBF.

 

Essa escalada não se explica apenas pela curva crescente de casos no Brasil. Até tarde de terça (10/03), a CBF ainda postergava qualquer medida mais severa. Consultada pela Conmebol, era reticente sobre o adiamento das rodadas iniciais das Eliminatórias. A manifestação de clubes contribuiu com a mudança de cenário. Representantes de base lembraram os deslocamentos de jovens atletas nas competições nacionais sub-17 e sub-20, que teriam rodada no meio desta semana.

 

O apelo também de médicos de clubes, mais o acompanhamento de recomendações gerais do Ministério da Saúde - que desde sexta-feira, já pedia cancelamento, adiamento ou jogos de portões fechados em todo o território nacional - fez a CBF acelerar ação que se desenhava desde o meio da última semana.

 

Um comitê de crise foi criado na CBF para discutir o tema diariamente, com o presidente Rogério Caboclo, o secretário-geral Walter Feldman, o diretor de RH da CBF e o presidente da Comissão Nacional de Médicos da CBF, Jorge Pagura. Feldman era o responsável por contatos direto com o ministro Luiz Mandetta e com o secretário executivo da pasta.

 

Na noite de sábado, depois de novas rodadas de avaliações e com o contato de clubes durante todo o dia, como mostrou reportagem do GloboEsporte.com, a CBF já tinha a decisão tomada pela paralisação das competições. Na manhã de domingo, o Grêmio protestou pelos jogos, com direito a ameaça de greve do treinador Renato Gaúcho.

 

Ameaça ao calendário e à Copa América

O calendário de seleções é uma grande ponto de interrogação neste momento. O Ministro de Esportes da Colômbia não descarta o adiamento da Copa América que está marcada para este país e a Argentina. A mesma Argentina que fechou as fronteiras neste domingo. Na CBF, há entendimento - baseado em informações trocadas com o Ministério da Saúde - de que os casos vão aumentar bastante nos próximos 15, 30 dias. Somente de terça - com 34 confirmados - até domingo - quando bateu 200 - o crescimento foi de quase 500% de notificações.

 

Além da data Fifa de março, foi cancelado torneio na França em abril com o time sub-16 masculino, a segunda fase do Sul-Americano sub-20 na Argentina e outros torneios. A perspectiva atual é de muito dificuldade de encaixar as Eliminatórias da Copa de 2022 com a Copa América de 2020.

 

Veja a linha do tempo dos efeitos do coronavírus na agenda:

6 de março - Tite chama 24 jogadores. Em nota, médico da CBF avisa que todos atletas que vêm da Europa serão monitorados. Branco, coordenador da base, informa que Emirados Árabes cancelaram amistosos.

 

9 de março - Em participação no "Bem, amigos", Branco comenta que novos amistosos estão próximos de serem confirmados. Um dos adversários mudou. Saiu Arábia Saudita, entrou Croácia. Jogos seriam no Cairo, mas também terminaram cancelados.

 

10 de março - CBF pede reunião com Ministério da Saúde para identificar medidas possíveis de serem tomadas no futebol brasileiro. Pagura comenta: "Já solicitamos reunião com o Ministério da Saúde para que possamos pensar nos próximos passos caso a epidemia vire comunitária e não sustentada"

 

11 de março - A Conmebol consulta federações sobre o adiamento das competições. A maioria dos presidentes vota a favor. A CBF, originalmente, era contra, mas endossou o documento da Conmebol.

À noite, o GloboEsporte.com informa o adiamento dos jogos das Eliminatórias.

 

12 de março - Após reunião na CBF, Feldman diz que "está em sintonia absoluta com o Ministério da Saúde", mas avisa: "neste momento, não tem nenhuma determinação em relação a cancelamento ou suspensão de eventos esportivos".

 

13 de março - Após o Ministério da Saúde fazer a recomendação, ainda pela manhã, de cancelamento, adiamento ou realização de jogos com portões fechados, a CBF, em nota, determina partidas sem torcida nas capitais do Rio e de São Paulo. Outros estados, porém, realizam jogos sem público.

 

14 de março - Dirigentes e médicos de base pedem à CBF adiamento de competições nacionais. A CBF promete avaliar a situação e retornar com novas medidas.

 

15 de março - CBF anuncia a suspensão de todas suas competições - masculina e feminina e competições de base.



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