Representantes do setor produtivo de erva-mate em Mato Grosso do Sul estiveram reunidos com a presidência da Casa de Leis nesta segunda-feira (04/11). O objetivo do encontro foi buscar apoio do Legislativo Estadual para adotar medidas que alavanquem a produção do insumo em MS, pois segundo os participantes, cerca de 99% da erva-mate consumida pelo sul-mato-grossense vêm de outros estados, como Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Uma das intervenções solicitadas pelos representantes do setor foi a extensão do incentivo fiscal concedido para compra de matéria-prima. O benefício está previsto no Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e de Equilíbrio Fiscal do Estado (Fadefe) e vale até 2020. “Hoje não contamos com erval, importamos toda a erva-mate e precisamos de incentivo para nossas plantações”, afirmou a produtora de erva mate Michele Brizuena.
“Existe um incentivo fiscal que acaba no final do ano que vem e eles estão se adiantando. Querem uma reunião com a Secretaria de Fazenda. Temos que tomar providências para que nossa indústria não acabe. Vamos fazer tratativas junto à Secretaria, para que o incentivo do Fadefe seja estendido até 2028”, explicou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Corrêa (PSDB).
O parlamentar destacou que além da preocupação econômica, a questão mexe com a identidade cultural do sul-mato-grossense. “Quem é que não senta e conversa em uma roda de tereré? Aqui no nosso Estado é uma coisa tradicional. Nós vamos perder o tradicional? Essa é uma indústria que culturalmente é do Estado e hoje está praticamente em extinção. Não podemos deixar isso acontecer, nós vamos achar uma forma fomentar a indústria da erva-mate novamente”, pontou Corrêa.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Produtores de Erva-Mate de Mato Grosso do Sul (Sindimate-MS), Paulo Benites, a continuidade do incentivo fiscal é fundamental para fomentar a indústria da erva mate. “O Fadefe vem contribuindo conosco no sentido de podermos importar a matéria prima e industrializar. Isso nos dá, no jogo da concorrência com outros estados, uma igualdade”, destacou.
Os participantes também destacaram as vantagens do cultivo da erva-mate. Para o presidente Sindimate, Gustavo Uhde, a atividade pode gerar postos de trabalho em Mato Grosso do Sul. “Queremos trazer para MS essa geração de emprego na produção de erva-mate, na plantação e na colheita. Queremos manter a cultura do tereré na região”, defendeu. Outra vantagem levantada pelos participantes é que a erva pode ser plantada em área de reserva legal, por ser considerada uma planta nativa.