Três deputados da bancada federal de Mato Grosso do Sul integram a lista de parlamentares que assinaram a favor da criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na Operação Lava Jato. Dentre eles estão Fábio Trad (PSD), Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT). A lista tem quatro assinaturas a mais do que o necessário e o requerimento deve ser lido em plenário para que a CPI seja criada.
As investigações serão sobre a violação dos princípios constitucionais e do Estado Democrático de Direito, em razão da suposta articulação entre os membros da Procuradoria da República no Paraná e o então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, tornada pública pelo site The Intercept, no mês de junho deste ano.
O requerimento já conta com 175 assinaturas que foram validadas nesta última quinta-feira (12) pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
De acordo com a autora da proposta, a deputada Jandira Feghali (PCdoB), declarou que quer mais esclarecimentos sobre os diálogos do juiz Sérgio Moro, que agora é ministro da Justiça e Segurança Pública e do procurador Deltan Dallagnol, chefe da Força-Tarefa da Lava Jato.
A deputada disse ainda que o que está em questionamento é a “grande cumplicidade do Moro, do Deltan Dallagnol e da sua equipe de procuradores. Essa promiscuidade denunciada precisa ter resposta”, disse a parlamentar.
Um dos oito deputados da bancada federal de Mato Grosso do Sul, Fábio Trad, disse que a motivação para fazer parte da lista dos que assinaram em favor da criação da CPI é porque o Ministério Público e a magistratura não pode ficar maculados pela suspeita de alguns de seus membros agirem de maneira ilegal, “contaminando a imagem de ambas as instituições”. “Vejo nitidamente má vontade de outras instituições para investigar de forma isenta os fatos”, reforçou o parlamentar.
Trad acrescentou ainda que acredita que todo o país quer saber se o conteúdo vazado foi ou não editado e se ele é ou não verídico. “Defendo cabal e isenta investigação dos fatos para que se elucide definitivamente a dúvida sobre se o devido processo legal foi ou não respeitado pelas autoridades”, reforçou.
Outro deputado de MS que também assinou a lista foi o petista Vander Loubet, ele é réu na Operação Lava Jato por suposto envolvimento de propina de R$ 1 milhão em empresa.
A série de matérias com o conteúdo do vazamento das supostas mensagens trocadas entre Moro e os procuradores ficou conhecida como “Vaza Jato”.