As janelas de transferências das principais ligas europeias se aproximam do fechamento, mas mesmo assim o Corinthians fica em alerta. Após a saída do zagueiro Henrique, liberado de graça para o Al-Ittihad Kalba, dos Emirados Árabes, o Timão não descarta novas baixas no elenco.
Se clubes da Espanha, Itália e Inglaterra têm até o dia 2 de setembro para contratar, outros mercados, como o dos Emirados Árabes, seguirão abertos.
– Tem risco (de novas baixas). São cerca de 15 dias para o fechamento das janelas da Europa, mas tem outros mercados, como México, Emirados, que fecham em setembro. Sempre está correndo risco. É difícil, a gente nunca conseguiu ajustar a janela do futebol brasileiro. É ruim para a gente. A janela da Europa para trazer jogador fechou em 31 de julho e lá só fecha no fim de agosto – explica o diretor de futebol do Timão, Duílio Monteiro Alves.
A diretoria alvinegra vive um dilema. Se por um lado o clube precisa gerar receita com venda de atletas (o orçamento de 2019 previa a arrecadação de cerca de R$ 50 milhões com transferências), por outro o Timão não pretende se desfazer de ninguém.
Segundo Duílio Monteiro Alves, a única proposta recebida foi por Henrique, mas outros atletas já foram procurados:
– Recusar proposta mesmo, não. Teve coisinhas pequenas, tem muita coisa de sondagem. "Você vende o Pedrinho por 10?" Não, quero 30. "Vende por 20?" Não, quero 30. Como vou repor o Pedrinho hoje? Aí não consigo trazer mais ninguém. E se vier a proposta no valor que o Corinthians quer? E tem as contas para pagar. Ninguém está em situação confortável – comenta o diretor.
Em meio a esse cenário de incerteza, o Corinthians já começa a se preparar para 2020. Fábio Carille e a diretoria alvinegra discutem a formação do elenco para a próxima temporada.
– A gente tem que estar olhando. Estamos numa fase de observação, que não para nunca. O Cifut (Centro de Inteligência do Futebol) está sempre observando jogadores, e a gente vai vendo as deficiências do elenco. Muitas vezes o treinador pede um jogador que não dá pra trazer agora. Aí você observa esse jogador até o fim do ano para, quando acabar o campeonato, fechar – disse.
– A gente toma cuidado muitas vezes para não fazer a investida no meio do campeonato porque o zum-zum-zum de contratação no dia a dia não é legal. Então você vai monitorando para ver se o jogador é o que o treinador realmente quer e tentando prever uma perda, que você não sabe se vai acontecer – completou Duílio.
Em um ano e meio de mandato, o presidente Andrés Sanchez contratou 27 jogadores. Para 2020, a ideia é investir menos em quantidade e mais em qualidade.
– Desde que o Andrés ganhou a eleição em 2018, a gente veio com essa ideia de trazer promessas com valores mais baixos, que foi o que foi feito em 2010 e 2011. Aí surgiram Paulinho, Castán, Ralf, Felipe... Jogadores que demoraram para se firmar, foram emprestados, como o Rodriguinho, e depois deram certo. Essa é filosofia da gente, em vez de trazer um único jogador mais pronto, com o mesmo valor você traz 10 ou 12 apostas – comentou o dirigente.
– Foi o caso do Araos, Bruno Méndez, Thiaguinho... Muitas vezes o jogador não vai ter oportunidade aqui. É comum na Europa, o clube contrata e depois empresta para ganhar experiência. A gente investiu muito nisso, agora pensamos em peças pontuais, para completar o elenco, que, no meu ponto de vista, é forte. A gente espera janelas para ver se vai sair alguém – finalizou Duílio.
Sexto colocado do Campeonato Brasileiro, com 24 pontos, o Corinthians volta a campo no sábado, às 17h, para encarar o Botafogo, em Itaquera, pela 15ª rodada.