Audiência pública para debater reajuste na conta de luz em Mato Grosso do Sul está marcada para o dia 21 de maio. O debate contará com a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e integrantes da Comissão de Infraestrutura do Senado. A reunião é decorrente do percentual aumento de 12,48% concedido à Energisa.
Trinta dias após reunião com a Aneel sobre o reajuste na conta de luz em Mato Grosso do Sul, o senador Nelson Trad Filho (PSD) ocupou novamente a tribuna do plenário na última sexta-feira (3) para cobrar a agência sobre a autorização dada à Energisa para o aumento considerado abusivo. “Esse percentual é superior à inflação no País, sendo que o salário mínimo não vai subir um terço”, comparou o senador.
Para o senador, em respeito à população sul-mato-grossense, diretoria da Aneel, que inclusive recebeu os senadores de Mato Grosso do Sul para explicar, sem sucesso, o porquê do índice de aumento, precisa rever e esclarecer essa equação matemática. “A estimativa de inflação para 2019 subiu de 3,90% para 4,06, enquanto que a conta de luz no ano passado teve aumento de 10,35% e neste foi para 12,48%”, questionou.
A concessionária no Estado, Energisa, tem 1,4 milhão de clientes em Mato Grosso do Sul. Do total, só 129 mil consumidores estão na tarifa social (programa com até 65% de desconto na conta). “Então, entendo que esse percentual de aumento afeta diretamente a economia do Estado. É preciso manter o equilíbrio para ajudar o País a sair da tão falada crise econômica”, afirmou o senador.
Para o parlamentar, há motivos econômicos suficientes de alerta para alterar esse reajuste. “Quando se aumenta a energia, o cidadão mais simples sente, o empresário que precisa produzir também sente, o que ele faz? Joga a conta para o preço do produto ou manda gente embora. Esse círculo que não é virtuoso, deixa uma preocupação. Faz acender uma luz amarela”, enfatizou o senador.
Conta mais cara do País
O senador destacou, em seu pronunciamento, que Mato Grosso do Sul terá um dos maiores reajustes de conta de luz em comparação com os outros Estados. “De acordo com notícias públicas, Aneel propõe reajuste médio de 6,32% para as tarifas de energia de São Paulo e região metropolitana. Já no nosso Mato Grosso do Sul, é 12,48%, e no estado vizinho, Mato Grosso, o reajuste será de 11,29% na tarifa de energia elétrica.”
Diante do comparativo, o senador pede a mesma atenção a Mato Grosso do Sul que foi concedida ao Ceará. “O reajuste na conta de energia no Ceará deverá ser menor do que inicialmente previsto pela Aneel. Em janeiro, a agência propôs um reajuste médio de 11,62% nas tarifas da Enel Ceará. Mas, após conclusão de um acordo entre a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e um grupo de bancos, a agência estima que o aumento fique em torno de 8,65% no Estado. Se lá no Ceará, houve essa revisão, nós de Mato Grosso do Sul desejamos ter a mesma revisão”, completou o senador.