Na guerra por espaço no PSL e na política estadual, a senadora eleita Soraya Thronicke foi isolada pelos amigos do presidente Jair Bolsonaro em Mato Grosso do Sul. Ela é acusada de “dar golpe” para derrubar o seu “inimigo político” e primeiro suplente no Senado, o então presidente do partido, Rodolfo Nogueira. O deputado estadual eleito Coronel David, amigo mais próximo de Bolsonaro no Estado, chamou Soraya de “tirana”. Já Rodolfo, que integrou a equipe de transição do presidente, acusou Soraya de “cuspir no prato que comeu” e de ser “ingrata” com as lideranças políticas responsáveis pela sua indicação para concorrer às eleições ao Senado.
A estranheza das lideranças políticas foi Soraya excluir os amigos do presidente Bolsonaro do Diretório Regional do PSL depois de assumir o controle partidário no Estado. Até Bolsonaro manifestou a sua insatisfação com a atitude de Soraya de deixar de fora o seu amigo Coronel David, conforme publicação na coluna de Claudio Humberto, na edição de quinta-feira (24), do Correio do Estado, na página 4.
A briga entre as lideranças do PSL começou ainda durante a campanha eleitoral. Soraya acusou seu primeiro suplente, Rodolfo, de ameaçá-la de morte. O caso foi parar na polícia. Ela tentou tirá-lo da suplência e não conseguiu, porque a chapa é indivisível. Ou seja, o afastamento de Rodolfo resultaria, também, na retirada do mandato dela de senadora.
Mas Soraya conseguiu derrubá-lo da presidência do PSL e excluiu todos os seus aliados. E o Coronel David, grande amigo de Bolsonaro, foi um deles. Essa seria uma das razões de o coronel recusar qualquer convite para assumir função no diretório com Soraya no comando do partido.
Além disso, David disse ter lado e não trairia Rodolfo por ser alvo de acusações da futura senadora. Na mesma situação, estaria o deputado federal eleito Luiz Ovando. Ele até tentou a pacificação no partido em reunião em Brasília. Mas não conseguiu e também não participaria do diretório com a futura senadora no comando geral do partido.