Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB), vereadores presos na Operação Cifra Negra desencadeada na tarde desta quarta-feira (05) “revezaram” cadeiras na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Dourados durante anos. Além deles, o ex-vereador Dirceu Longhi (PT) outro preso na Operação, também já fez parte de composições anteriores.
O Dourados News levantou em arquivos da Casa de Leis que na gestão de 2011 e 2012 quem esteve a frente da presidência da Câmara tão logo assumiu o cargo como vereador foi Idenor Machado. Ele acabou reeleito para a função no biênio de 2013 a 2014 e posteriormente comandou o legislativo entre 2015 e 2016.
Em 2011 e 2012, o vereador petista Dirceu Longhi atuou como 1° Secretário.
Para o biênio de 2013/2014, Longhi foi mantido na função, bem como já citado, Idenor no cargo de presidente e como segundo secretário assumiu Pedro Pepa.
Esse quadro da mesa diretora se manteve para o biênio de 2015/2016 da casa de leis.
Cirilo Ramão Cardoso (MDB) já ocupou o cargo da vice-presidência da mesa diretora da Câmara. A função foi exercida nos anos de 2015 e 2016.
Mesa diretora atual
O comando atual da Câmara Municipal conta com Daniela Hall (PSD) na presidência, Sérgio Nogueira (PSDB) na vice-presidência. Dois dos vereadores presos se mantiveram na Mesa, Pedro Pepa (DEM) como 1° secretário e Cirilo Ramão (PMDB) como 2° secretário.
Eleição
Na sexta-feira (07), está marcada a eleição da Mesa Diretora da Casa de Leis. Pedro Pepa havia se colocado como opção para a presidência e concorreria com Alan Guedes.
Na chapa do vereador que foi preso, estão: Junior Rodrigues (PR) como vice-presidente, Silas Zanata (PPS) como 1° secretário e Cirilo Ramão como 2° secretário.
Investigações
A ação realizada em conjunto entre a 16ª Promotoria de Justiça e a delegacia do 2º Distrito Policial de Dourados, teve alvos ainda em Campo Grande. Ao todo, são 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão nas duas cidades, expedidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Luiz Alberto de Moura Filho.
De acordo com nota encaminhada à imprensa, a ação é originária de outras duas operações, a Telhado de Vidro e a Argonautas – deflagradas em 2013 em 2014 - e que investiga crimes de colarinho branco.
Na Câmara de Dourados, as investigações apontam para corrupção ativa e passiva.
Conforme o Ministério Público, em diversos processos licitatórios realizados nos anos anteriores dentro da Casa, empresas consideradas como ‘cartas marcadas’ se apresentavam e atuavam em conluio.
Algumas delas, conforme o MPE, existiam apenas no papel para simular uma concorrência legal.
“Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, diz trecho da nota.
Propinas
Ainda de acordo com o Ministério Público Estadual, para garantir o esquema, essas empresas repassavam na época, valores aos vereadores a título de propina.