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SEGUNDA FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2024
15 de OUTUBRO de 2018 | Fonte: O Globo

Mulher de ex-governador de MS preso ameaça políticos, diz O Globo

Sempre que a mulher de Puccinelli tem essas conversas, a orelha de Carlos Marun arde, diz o colunista Lauro Jardim.

Beth Puccinelli, mulher de André Puccinelli, ex-governador do Mato Grosso do Sul preso desde julho pela operação Lama Asfáltica, tem mandado recados a políticos de Brasília.

 

Em resumo, se o marido não sair da cadeia até 31 de dezembro, ela fará uma delação premiada.

 

“Sempre que a mulher de Puccinelli tem essas conversas, a orelha de Carlos Marun arde”, diz Lauro Jardim.

 

A ex-primeira-dama de Campo Grande e do Estado, Elizabeth Puccinelli, ameaça fazer delação premiada se o marido, o ex-governador André Puccinelli (MDB), não for solto até o fim deste ano. De acordo com o jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, o recado tem sido enviado a vários políticos de Brasília.

 

Acusado de chefiar organização criminosa, réu em duas ações penais e de causar prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres estaduais, o ex-governador está preso desde 20 de julho deste ano. A prisão preventiva foi decretada na Operação Lama Asfáltica pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande.

 

Puccinelli está preso junto com o filho, o advogado André Puccinelli Júnior, no Centro de Triagem Anísio Lima. O terceiro preso no mesmo caso é o advogado João Paulo Calves, acusado de ser o testa de ferro no Instituto Ícone.

 

Preso há quase três meses e considero um mito da política regional, André não teve a mesma sorte do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que teve o pedido de liberdade analisado pelo ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal.

 

O seu habeas corpus foi distribuído para o ministro Alexandre de Moraes, que era ministro da Justiça de Michel Temer, mas é muito ligado aos tucanos paulistas. Após a definição do relator, a defesa desistiu do habeas corpus.

 

Neste domingo, a ex-primeira-dama é citada pelo colunista Lauro Jardim. “Em resumo, se o marido não sair da cadeia até 31 de dezembro, ela fará delação premiada”, escreveu o jornalista. As ameaças contrariam o perfil de dona Beth, famosa pelo perfil discreto.

 

A eventual delação premiada de dona Beth teria efeito de bomba atômica sobre a classe política que sobreviveu ao fenômeno Jair Bolsonaro (PSL) nas urnas. Ela e o marido foram os principais protagonistas da política regional por duas décadas e podem revelar muita coisa, ruim, sobre os bastidores e comprometer antigos aliados.

 

A principal pergunta é quem sobreviverá politicamente a delação, que sem exagero, poderia ser classificada de fim do mundo.



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