O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta segunda-feira (01/10) as relações comerciais dos EUA com o Brasil. Durante entrevista coletiva na Casa Branca, para falar sobre o acordo comercial entre EUA, Canadá e México, ele sugeriu que o Brasil trata as companhias norte-americanas injustamente.
Questionado por um jornalista sobre as relações comerciais do país com a Índia, Trump afirmou que o país asiático cobra "tarifas tremendas", e que presidentes anteriores "nunca falaram com a Índia".
"O Brasil é outro caso. É uma beleza. Eles cobram de nós o que querem. Se você perguntar a algumas empresas, eles dizem que o Brasil está entre os mais duros do mundo, talvez o mais duro. E nós não os chamamos e dizemos 'ei, vocês estão tratando nossas empresas injustamente, tratando nosso país injustamente", afirmou.
No ano passado, o Brasil teve um superávit de US$ 2,06 bilhões com os Estados Unidos. O país exportou US$ 26,872 bilhões para os norte-americanos e importou US$ 24,846 bilhões. Mas exportações brasileiras para os EUA não superavam as importações desde 2008.
Importância dos EUA
Os EUA são o segundo principal destino de embarque de produtos brasileiros, atrás apenas da China. No ano passado, a economia norte-americana recebeu 12,3% do total exportado pelo Brasil. A fatia da China foi de 21,8%.
Entre os principais produtos exportados para os EUA, estão óleo bruto de petróleo, aviões e produtos semimanufaturados de ferro e de aço.
'Perdemos com todos'
Ao longo do discurso, o presidente dos Estados Unidos criticou várias vezes o tratamento recebido pelo país nas relações comerciais, afirmando ter sido tratado "injustamente" por muitos países.
"Todos os acordos que temos é perdedor. Você pode olhar para quase qualquer país no mundo. Quase qualquer país. Nós temos um déficit comercial. Nós perdemos com todos", disse.
Segundo ele, é "um privilégio" fazer negócios com os Estados Unidos. "E não estou falando do México, estou falando de todos. É um privilégio para a China, para a União Europeia, que nos tratou tão mal", disse.
"É de nós que as pessoas querem vir e tirar. Estou falando sobre todos os países. E isso nos dá uma vantagem tremenda para negociar, que nós nunca usamos antes com administrações passadas", afirmou.