O senador Pedro Chaves (PRB) renunciou à candidatura à reeleição, que já estava registrada no Tribunal Regional Eleitoral. Os rumores de que ele não disputaria o pleito povoavam os bastidores da política há vários dias, mas hoje a intenção se confirmou em uma carta enviada à direção do PRB.
No texto, Chaves afirma que quando seu partido topou compor a aliança encabeçada pelo PDT, do candidato ao governo Odilon de Oliveira, a “condição “sine-que-non” era ter candidato único para o Senado Federal. Porém, ainda nas palavras do senador, “infelizmente o PDT fez uma aliança espúria e silenciosa com o Podemos, lançando, sem meu conhecimento, mais um candidato ao Senado”.
O candidato, cujo nome não é citado na carta, é o advogado Humberto Figueiró. Com ele na disputa, Chaves afirma que sua candidatura ficou invibializada.
Conforme a carta endereçada ao PRB, foi dado prazo de 12 dias para o PDT “resolver esta situação e cumprir a palavra empenhada”, o que não ocorreu. “Lamentavelmente até esta data todas as tentativas foram em vão”, cita Chaves.
O senador prossegue dizendo que não quer atrapalhar os destinos da coligação. “Saio de cena” renunciando, em caráter irrevogável e irretratável a minha candidatura".
Empresário do ramo da educação, Pedro Chaves, à época no PSC, era suplente do ex-senador Delcídio do Amaral, e assumiu o cargo em maio de 2016. Em viagem ao Paraguai nesta quarta-feira, para a posse do presidente Mario Abdo Benítez, o senador confirmou a decisão em um novo comunicado público. "Tomei essa decisão junto a minha família e assessoria depois de analisar o cenário político nacional e regional", afirma.
O parlamentar afirma, ainda, que mesmo não concorrendo, estará "empenhado na defesa da democracia e das bandeiras que permitam criarmos um país mais justo e fraterno"
Troca de lado – Essa não é a primeira polêmica envolvendo o PRB nestas eleições. A legenda fazia parte do governo de Reinaldo Azambuja, “virou a casaca” durante as negociações para formação das chapas e decidiu apoiar a candidatura de Odilon de Oliveira.
Desde a semana passada, 8 pessoas ligadas à legenda foram exoneradas, entre elas o filho do presidente do partido, Wilton Acosta, Lucas Acosta, que ocupava cargo na Funtrab. O governo anunciou que vai fazer um levantamento na fundação, principalmente para saber a situação do Banco do Cidadão, instituição de microcrédito que está sem dinheiro para empréstimos a juros baixos.
O presidente do partido foi procurado pela reportagem, mas não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens de WhatsApp.
A reportagem foi ao partido e ao escritório dele e a informação é que de ele se encontra em uma reunião, em local não informado.
Confira abaixo a íntegra da carta de Pedro Chaves, endereçada a Wilton Acosta:
"Caro Wilton,
Bom Dia.
Como é do conhecimento do caro Presidente, quando o PRB foi convidado.para fazer coligação com o PDT
A condição “sine-qua-non” era ter uma candidato único para o Senado Federal. Infelizmente o PDT fez uma aliança espúria e silenciosa com o “Podemos”, lançando, sem meu conhecimento mais um candidato ao Senado, inviabilizando assim minha candidatura.
Dei 12 dias. para o PDT resolver esta situação e cumprir a palavra empenhada.
Lamentavelmente até esta data todas as tentativas foramem vão.
Não querendo atrapalhar os destinos da coligação “saio de cena” renunciando, em caráter irrevogável e irretratável a minha candidatura.
Hoje eu formalizo minha saída.
Quero agradecer ao prezado amigo pelo carinho e amizade que sempre fui tratado pela Presidência do PRB Estadual.
Um abraço,
Sen Pedro Chaves"