O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 4,1% no segundo trimestre de 2018. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27), na primeira estimativa feita pelo Departamento de Comércio Americano. Já o avanço do 1º trimestre foi revisado de 2,2% para 2,5%.
Foi a melhor performance desde o terceiro trimestre de 2014. Os números, no entanto, vieram em linha com as projeções dos economistas.
O crescimento no trimestre foi impulsionado pelo avanço do consumo e pelos fazendeiros acelerando embarques de soja para a China antes que tarifas comerciais entrassem em vigor no início de julho, destaca a Reuters..
A medida da demanda doméstica subiu a uma taxa de 4,3% no segundo trimestre. A produção cresceu 3,1% no primeiro semestre de 2018, colocando a economia dos EUA à caminho de atingir a meta de crescimento anual de 3% do governo Trump.
Os EUA utilizam uma metodologia diferente da feita pela maioria dos países para a divulgação do PIB. No Brasil, por exemplo, o IBGE divulga o crescimento trimestral em relação ao trimestre imediatamente anterior e em relação ao mesmo período do ano anterior, e não a taxa anualizada.
Em comparação com o segundo trimestre de 2017, a economia dos EUA cresceu 2,8%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior o PIB do 2º trimestre avançou 1,01%.
Trump comemora resultado
Em entrevista na Casa Branca nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou os números e disse que eles são "muito sustentáveis". Para ele, uma das maiores vitórias da revisão foi a queda do déficit comercial do país em mais de US$ 50 bilhões.
“Cada ponto [a mais no PIB] significa aproximadamente US$ 3 trilhões e 10 milhões de empregos. Não parece, mas é muito", disse Trump.
Ele acrescentou que se o crescimento da economia continuar neste ritmo, os EUA "vão dobrar de tamanho 10 anos mais rápido" do que nas administrações dos presidentes Bush e Obama.
No começo da semana, Trump publicou em sua conta particular no Twitter que os Estados Unidos têm "os melhores números financeiros do planeta".
Trump aposta que o crescimento dos EUA irá acelerar sob suas políticas econômicas. Analistas alertam, entretanto, que o ritmo de crescimento de abril a junho é insustentável porque decorre de fatores temporários.
Projeções
A Moody's projeta crecimento de 3% no ano fechado de 2018 e de 2,6% em 2019. Para 2020, porém, as estimativas são de aumento de apenas 0,9%.
"O segundo trimestre foi forte, mas foi compensado por corte de impostos e aumento dos investimentos do governo", destacou o economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi.
De qualquer forma, as estimativas apontam que o restante do ano provavelmente terá um crescimento expressivo, mas num ritmo menor, ao redor de 3%.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta alta de 2,9% para o PIB dos EUA em 2018 e avanço de 2,7% em 2019.
A principal dúvida que paira é sobre a sustentabilidade das políticas de Trump no longo prazo. A Moody's projeta crescimento de apenas 0,9% para a economia dos EUA em 2020.
Economia dos EUA cresceu menos em 2017
A economia dos EUA cresceu a um ritmo menor que o esperado em 2017, segundo revisão dos números também divulgada nesta sexta. Por outro lado, o nível de poupança dos americanos cresceu, graças a um fluxo de receitas que não havia sido registrado no ano passado.
O crescimento do PIB em 2017 ficou em 2,2%, abaixo dos 2,3% divulgados anteriormente, com pequenas alterações nos anos anteriores.
O governo norte-americano revisa anualmente o PIB do país dos últimos três anos. Mas a cada cinco anos, ele faz uma revisão “mais abrangente”, que considera estatísticas do PIB desde 1929, quando a medição foi iniciada.
A maior mudança na revisão é que a renda dos contribuintes - o lucro reportado à Receita Federal - foi revisada para cima, de acordo com os novos dados. Os ajustes ajudaram a aumentar a receita em US$ 401,9 bilhões, ou 2,4% em 2017, e também em 2016 e 2015.
Essas mudanças foram suficientes para elevar significativamente a taxa de poupança nos EUA para 6,7% em 2017.
A revisão mostrou que, mesmo com todas as mudanças, a atual recuperação econômica que começou em junho de 2009 ainda é a mais lenta que no período pós-Segunda Guerra Mundial.
A taxa de crescimento média anual durante essa expansão foi de 2,2%, inalterada em relação a estimativas anteriores.
A economia cresceu a uma taxa média anual de 2,9% na expansão anterior, que durou do quarto trimestre de 2001 ao quarto trimestre de 2007. Isso marcou um pequeno aumento em relação à estimativa anterior, de crescimento anual de 2,8%.
A taxa média anual de crescimento do PIB de 1929 a 2012 permaneceu inalterada em 3,2%.