Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (9), a coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Maithê Vendas Galhardo, informou que nove ambulâncias serão descartadas nos próximos dias, e com isto, o serviço pode ser paralisado em Campo Grande.
“ Precisamos de 12 ambulâncias e só temos duas”, lamentou Maithê. Segundo ela, ambulâncias básicas do Samu foram acionadas 2,8 mil vezes e avançadas 700 vezes, somente no mês de junho. “Hoje não temos nenhuma ambulância médica para atender Campo Grande. Tenho equipado uma ambulância básica e peço apoio aos Bombeiros”, declarou.
Em relação ao sistema de regulação, ela disse que, se for retirado e “deixar os pacientes irem para onde quiserem vai virar o maior caos da história”.
Maithê afirmou ainda que, o serviço só não parou ontem porque conseguiram três macas. A afirmação dela tem relação com a retenção das macas nas unidades. Quando não há vagas nos postos, as macas dos Samu ficam "retidas" e impedem novos atendimentos. “Pode prender reguladores. Pode me prender não vai resolver " disse Maithê, se referindo às ações judiciais e decisões da Justiça relacionadas a vagas, sistema de regulação e abertura de leitos.
O diretor administrativo do hospital São Julião, Amilton Fernandes Alvarenga cobrou atitudes das autoridades presentes na audiência. " Desculpe os títulos, mas vocês estão aqui para resolver os problemas. Nós ouvimos a situação dela [coordenadora do SAMU], o que ela está enfrentando. Aluga uma ambulância da Quali Salva. Quando você é gestor, você tem que dar um jeito! Se alguém sofrer um acidente na rua e não tem ambulância para atender para quê a legislação 8666 [lei das licitações]!? Ah!? Pára com isso!" Disse.
Fernandes cobrou do secretário municipal de saúde, Marcelo Vilela alguma atitude porque a coordenadora do Samu já adiantou que, não vai mandar arrumar as nove ambulâncias sem licitação. "Outros que me precederam mandaram arrumar sem o processo de licitação, mas eu não vou correr o risco de fazer isso porque não quero responder por improbidade administrativa", finalizou a coordenadora do Samu.
A promotora do Ministério Público Estadual, Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, disse que vai instaurar inquérito para apurar o caso, mas, vai emitir termo de acordo para que sejam alugadas prioritariamente as ambulâncias, já que inquérito demanda tempo de investigação.