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DOMINGO, 24 DE NOVEMBRO DE 2024
29 de JUNHO de 2018 | Fonte: O Globo

Desemprego de 12,7% atinge 13,2 milhões em maio

Índice, de 12,7%, ficou estável em relação ao trimestre anterior e recuou frente a maio de 2017
Desempregados enfrentam longas filas em busca de emprego (Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo)

Graças a um aumento do trabalho informal e de vagas na administração pública, a taxa de desemprego não cresceu no trimestre encerrado em maio. Ficou em 12,7%, atingindo 13,2 milhões de pessoas. Estisticamente igual a registrada em fevereiro (12,6%), período que serve como base de comparação direta. E caiu em relação ao mesmo período de 2017, quando estava em 13,3%, e o número de desocupados chegava a 13,7 milhões. As condições ainda difíceis do mercado de trabalho têm contribuído para a piora nas previsões para o crescimento da economia brasileira, e vice-versa. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) do IBGE, divulgados nesta sexta-feira.

 

A redução do desemprego ocorreu por causa do aumento das vagas sem carteira e do trabalho por conta própria. Em relação a maio de 2017, o número total de ocupados aumentou em 1,2 milhão. As vagas sem carteira aumentaram em quase 600 mil e o número de trabalhadores por conta própria subiu quase 600 mil também. Por outro lado, o total de vagas com carteira no setor privado encolheu em quase 500 mil. Na administração pública, porém, houve aumento de contratação: mais 319 mil vagas entre maio de 2017 e maio deste ano.

 

- A queda no trabalho com carteira assinada está espalhada pelo comércio, comunicação e toda a parte de bancos e sistema financeiro. E percebemos aumento do grupo de administração pública, que é sazonal. Entre o fim do primeiro trimestre e início do segundo, isso ocorre por conta da contratação de professores e trabalhadores da área médica - explica Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimentos do IBGE.

 

Houve estabilidade na taxa de desemprego quando se compara o período de três meses encerrado em fevereiro, que serve como base de comparação para a taxa trimestral de maio. A taxa em fevereiro estava em 12,6%, atingindo 13,1 milhões de trabalhadores.

 

Nessa comparação, com fevereiro, houve queda no grupo de trabalhadores domésticos. Foram menos 155 mil pessoas nessa atividade, uma redução de 2,5%. Ao todo, o Brasil tem 6,13 milhões de trabalhadores domésticos.

 

- As famílias estão com o orçamento apertado e cortando custos, como esse serviço - afirma Azeredo.

 

Ele disse ainda que não foi identificado na pesquisa nenhum efeito da greve dos caminhoneiros, que começou em 25 de maio e durou cerca de dez dias, sobre o mercado de trabalho.

 

Rendimento estagnado

O rendimento médio habitual mensal, estimado em R$ 2.187, ficou estável nas duas comparações (frente a maio de 2017 e frente ao último trimestre, encerrado em fevereiro), assim como a massa de rendimentos, que representa a soma dos ganhos de todos os trabalhadores, e que foi estimada em R$ 193,9 bilhões em maio.

 

Número de desempregados dobra em 4 anos

Apesar da taxa de desemprego ter recuado frente ao ano passado, em quatro anos, o número de desempregados no Brasil dobrou, passando de 6,88 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio de 2014 para 13,23 milhões no mesmo período de 2018. Isso quer dizer que, em quatro anos, mais 6,35 milhões de pessoas ficaram sem emprego no Brasil.

 

Nesse mesmo período, foram perdidos praticamente 4 milhões de empregos com carteira, passando de 36,7 milhões de trabalhadores protegidos pelas leis trabalhistas em maio de 2014 para 32,7 milhões em maio de 2018.



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