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DOMINGO, 24 DE NOVEMBRO DE 2024
27 de JUNHO de 2018 | Fonte: Fiems

Greve dos caminhoneiros deixa saldo negativo na indústria de MS

Em junho, em relação à economia estadual, o resultado alcançou 20,8% de pessimismo (Foto: Divulgação)

Os primeiros reflexos negativos da paralisação dos caminhoneiros realizada em maio já começam a ser sentidos pelo setor industrial de Mato Grosso do Sul. A Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems aponta que a produção industrial sul-mato-grossense recuou fortemente, com o índice de evolução da produção fechando o mês de maio em 43,4 pontos, bem abaixo dos resultados de abril de 2018 e maio de 2017, que alcançaram 49,4 e 52,4 pontos, respectivamente.

 

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, a greve do transporte de carga atingiu a atividade industrial que já estava com dificuldades de se recuperar. “Em maio, 39% das empresas disseram que houve redução na quantidade produzida. No mês anterior, abril, esse resultado era de 23,5%, indicando, deste modo, um aumento de 15,5 pontos percentuais no total de empresas com produção em queda”, analisou.

 

A Sondagem Industrial revela ainda que a manifestação dos caminhoneiros fez aumentar o número de empresas com utilização da capacidade abaixo do usual. “Para 46,8% dos respondentes a utilização da capacidade instalada esteve abaixo do usual para o mês de maio, contra 35,3% no mês de abril. Essa piora se refletiu no índice de avaliação do uso da capacidade instalada, com o resultado alcançando 38,8 pontos contra 40,7 no mês anterior”, detalhou Ezequiel Resende, completando que a ociosidade média da capacidade instalada em maio ficou em 33%, contra 32% no mês de abril. 


Expectativas

A paralisação dos caminhoneiros também afetou o índice de expectativa do empresário industrial para o mês de junho. No caso da demanda, por exemplo, o índice marcou 50,9 pontos, sinalizando expectativa de estabilidade para os próximos seis meses a partir de junho, enquanto no caso de contratações de empregados o índice marcou 48,7 pontos, revelando que o número de trabalhadores deve apresentar redução no mesmo período, e para a exportação o índice marcou 49,9 pontos, indicando estabilidade para os próximos seis meses a partir de junho.

 

A intenção de investimento do empresário industrial também caiu, com o índice de intenção de investimento do empresário industrial alcançando 49 pontos em junho, indicando recuo de 4,7 pontos sobre maio. “A atividade econômica vem se recuperando em um ritmo mais lento que o esperado e o aumento das incertezas, especialmente, no campo político somadas ainda ao alto desemprego e a paralisação dos caminhoneiros podem ter afetado as decisões de investimento dos empresários”, avaliou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.

 

Com isso, completa Ezequiel Resende, diminuiu a participação dos que disseram “provavelmente sim” e aumentou a parcela dos que disseram “provavelmente não” na passagem entre os meses de maio e junho. “Os que provavelmente investiriam caiu de 47,1% para 37,7% e os que provavelmente não vão investir aumentou de 29,4% para 37,7%. Por fim, o índice varia de 0 a 100 pontos, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir”, detalhou.

 

ICEI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) recuou, em junho, pelo terceiro mês seguido, contudo, o indicador permanece no campo positivo. O Índice alcançou 53,2 pontos, indicando um recuo de 1,8 ponto em relação ao mês anterior e, ao todo, nos três últimos meses, a queda acumulada é de 8 pontos. Contudo, o indicador ainda permanece acima da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando que o empresário industrial segue confiante.

 

Porém, segundo o economista da Fiems, esse comportamento foi assegurado, exclusivamente, pela expectativa de melhora nos próximos seis meses, especialmente, em relação ao desempenho da própria empresa. “Já a avaliação das condições atuais ficou no campo negativo, com todos os seus componentes abaixo dos 50 pontos”, falou, completando que, em junho, 45,5% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 36,4% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 29,9% dos empresários.

 

Além disso, para 36,4% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 45,5% e, a respeito da própria empresa, o número também chegou a 45,5%.  Por fim, para 13% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram. Já em relação à economia estadual esse percentual também chegou a 13% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 18,2%, enquanto os que não fizeram qualquer tipo de avaliação responderam por 5,2%, 5,2% e 6,5%, respectivamente.

 

Em junho, 26% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira, enquanto em relação à economia estadual o resultado alcançou 20,8% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 13,0% dos empresários. “Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 39%, sendo que em relação à economia do Estado esse percentual alcançou 42,9% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 31,2%”, elencou Ezequiel Resende.

 

Por fim, 31,2% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar, enquanto em relação à economia estadual esse percentual chegou a 32,5% e, no caso da própria empresa, 50,7% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. “Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam por 3,9%, 3,9% e 5,2%, respectivamente”, finalizou o economista.



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