Iniciada de forma intensa em janeiro, com a rápida subida das águas do Rio Paraguai na região de Cáceres (MT) e de afluentes, como o Cuiabá e São Lourenço, as inundações no baixo Pantanal, em Mato Grosso do Sul, ganham força com as chuvas, que estão acima da média histórica este ano e provocam cheia antecipada. A previsão é de que haja uma cheia recorde (ou supercheia), com pico entre 25 de junho e 4 de julho.
Para o especialista em Ecologia José Sabino, a ocorrência de área inundada maior no baixo Pantanal, este ano, deve-se, em parte, à mudança no regime pluviométrico.
“As chuvas têm caído de forma mais intensa, em períodos menores. Antes, uma chuva que era de 100 milímetros caía separada, em cerca de cinco dias, em média 20 milímetros por dia”.
No entanto, em 2018, a situação está diferente. “Agora, às vezes, acaba desabando de uma vez. Por causa do aquecimento do planeta, eventos climáticos extremos são o que tem mais acontecido na região. E como chove muito, num período muito curto, não há tempo para escoamento da água”, explica.
Segundo o pesquisador, umas das principais preocupações com relação às cheias antecipadas e intensas é a degradação ambiental, que agrava o assoreamento dos rios.
“Você imagina uma barranca de rio que tenha vegetação, essa vegetação suporta uma chuva mais fraca, mas, se vem uma muito forte, ela é derrubada. Isso pode gerar um processo de erosão de terra, que vai assorear e gerar um impacto gigantesco na fauna”, revela.