A receita obtida com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul em 2017 superou a projeção feita pelo setor, que era encerrar o ano em US$ 2,94 bilhões, e alcançou um montante de US$ 3,05 bilhões, um crescimento de 14% em relação a 2016, quando atingiu US$ 2,67 bilhões, e bem próximo dos US$ 3,08 bilhões estimados para 2018, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, os números confirmam que o ano passado marcou o início da retomada do crescimento da indústria estadual.
“Já prevíamos um aumento da receita com exportações do setor no ano passado, mas os dados oficiais foram ainda mais positivos que os projetados pela nossa equipe econômica. Com certeza, 2017 foi um ano em que tivemos indícios de recuperação em diversos segmentos da indústria estadual e esperamos agora em 2018 a consolidação desse avanço com números ainda melhores”, pontuou Sérgio Longen, reforçando que as exportações são um parâmetro bem significativo do desempenho da economia local.
Ele acrescenta que a Fiems, por meio do CIN (Centro Internacional de Negócios), vai continuar preparando as indústrias para avançarem ainda mais na direção do mercado externo. “Com os indicadores mais abertos, vamos buscar essas empresas que perderam mercado, vamos analisar os motivos disso e tentar construir suportes para que consigamos aumentar as nossas vendas para o exterior”, analisou.
O presidente da Fiems destaca que hoje o dólar está estável no Brasil e, em razão disso, os empresários conseguem planejar melhor as exportações. “Entendo que devemos avançar nas áreas comerciais das empresas, buscar os nichos de mercado onde elas tiveram problemas para dar o suporte necessário na área de documentação com o objetivo de elevar a competitividade dos nossos produtos. Esse é o desafio da Fiems para 2018”, avisou.
Os números
Em dezembro de 2017, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 277,2 milhões, aumento nominal de 16% em relação ao mesmo mês de 2016, quando o valor foi de US$ 238,6 milhões, enquanto no acumulado do ano a receita total alcançou US$ 3,05 bilhões, indicando aumento de 14% em relação a 2016, quando o resultado foi de US$ 2,68 bilhões. Com esse montante, a indústria respondeu por 64% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, conforme destacou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
No ano de 2017, os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Açúcar e Etanol”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Couros e Peles” e “Siderurgia e Metalurgia”, que, somados, representaram 98,1% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior. No grupo “Celulose e Papel”, por exemplo, as exportações somaram US$ 1,09 bilhão, um aumento de 10% em relação ao ano de 2016, quando as vendas atingiram US$ 991,9 milhões.
“Esse desempenho ocorreu, principalmente, pelo aumento das compras realizadas pela China, Holanda, Estados Unidos, Peru e Reino Unido que, somados, proporcionaram um acréscimo de US$ 90,4 milhões. Já os principais compradores no ano foram China, com US$ 466,7 milhões ou 42,9%, Itália, com US$ 159,4 milhões ou 14,6%, Holanda, com US$ 128,9 milhões ou 11,8%, Estados Unidos, com US$ 74,7 milhões ou 6,9%, e Coreia do Sul, com US$ 38,1 milhões ou 3,5%”, detalhou Ezequiel Resende.
No “Complexo Frigorífico”, as exportações fecharam o ano 2017 alcançando US$ 942,8 milhões, um aumento de 20% sobre o ano de 2016, quando o total ficou em US$ 783,2 milhões. “O crescimento observado se deu tanto pelo aumento de 9% no preço médio da tonelada, que passou de US$ 2.570,00 em 2016 para US$ 2.789,00 em 2017, quanto pelo aumento de 11% no volume de carnes comercializadas. Em relação aos produtos, os destaques ficaram por conta das carnes desossadas e congeladas de bovinos e pedaços e miudezas comestíveis congelados de frango”, citou o economista, citando como principais compradores Hong Kong, Arábia Saudita, Chile, Rússia, Irã, Japão e Emirados Árabes.
Outros grupos
Já o grupo “Açúcar e Etanol” fechou o ano de 2017 com US$ 502,7 milhões em exportações, indicando aumento de 12% sobre 2016, quando a receita foi de US$ 448,3 milhões. “O resultado foi proporcionado tanto pela expansão ocorrida no volume comercializado como pela elevação do preço médio da tonelada do açúcar, único produto do grupo com registro de vendas ao exterior no ano. Em relação ao volume, em 2017, foram vendidas 1,38 milhão de toneladas, contra 1,26 milhão no ano anterior, aumento de 9,5%. Quanto ao preço, o valor médio da tonelada do açúcar saiu de US$ 355 em 2016 para US$ 365 em 2017, elevação de 3%”, informou Ezequiel Resende, citando como principais compradores Malásia, Iraque, Argélia, Egito, Bangladesh, Rússia, Canadá e Geórgia.
No grupo “Extrativo Mineral”, a receita de exportação acumulada em 2017 ficou em US$ 214,6 milhões, tendo aumento de 55% sobre o ano de 2016, quando as vendas foram de US$ 138,6 milhões. Esse resultado é fruto do aumento no volume comercializado e preço médio da tonelada, pois, no caso do minério de ferro, o preço médio da tonelada em 2017 ficou em US$ 33,00 contra US$ 26,00 em 2016, aumento de 27%, enquanto no caso do minério de manganês o preço médio da tonelada saiu de US$ 87,00 em 2016 para US$ 141,00 em 2017, variação de 62%, sendo que os principais destinos foram Argentina e Uruguai.
Em relação ao grupo “Óleos Vegetais”, o ano de 2017 fechou com receita equivalente a US$ 112,2 milhões, indicando queda de 9% sobre o ano de 2016, quando as vendas foram de US$ 122,6 milhões, tendo a Tailândia e Indonésia como principais responsáveis pela redução observada, com uma retração nas compras equivalente a US$ 22,2 milhões. Quanto aos compradores, os principais foram Tailândia, Indonésia, Holanda, Coréia do Sul e França.
A receita de exportação do grupo “Couros e Peles” em 2017 totalizou o equivalente a US$ 98,5 milhões, uma redução de 7% sobre o ano de 2016, quando as vendas foram de US$ 106,4 milhões. Esse resultado foi influenciado principalmente pela diminuição das compras efetuadas pela China, Holanda, Vietnã e Hong Kong, que somados apresentaram redução de US$ 21,2 milhões. No ano, os principais compradores foram a China, Itália, Vietnã e Estados Unidos. Encerrando, o grupo “Siderurgia e Metalurgia” fechou o ano de 2017 com receita equivalente a US$ 32,8 milhões, um aumento de 93% na comparação com o ano de 2016, quando as vendas foram de US$ 17 milhões.
“O crescimento foi influenciado, principalmente, pela elevação das compras feitas pela Argentina e Estados Unidos, que proporcionaram receita adicional de US$ 16,3 milhões. Quanto aos compradores, os principais são o Argentina com US$ 18,1 milhões ou 55,2%, Estados Unidos com US$ 7,3 milhões ou 22,1%, Bolívia com US$ 4,3 milhões ou 13,3% e Paraguai com US$ 2,5 milhão ou 7,8%”, enumerou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.