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SEXTA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 2024
16 de JANEIRO de 2018 | Fonte: Portal do Governo de Mato Grosso do Sul

Com mais de 30 mil livros em bibliotecas de presídios, Agepen estimula leitura entre detentos

Com bibliotecas instaladas em 22 presídios de Mato Grosso do Sul, Agepen procura incentivar a atividade entre os internos.
MEC vai doar para Mato Grosso do Sul 400 livros (Foto: Tatyane Santinoni/Agepen)

Desenvolver o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de interpretação são possíveis com o hábito da leitura. Além de estimular a imaginação, proporciona a descoberta de diferentes hábitos e culturas, amplia o conhecimento e enriquece o vocabulário.  Se a liberdade proporcionada pela leitura é instigante para os que podem escolher aonde ir, para os que estão reclusos também é uma alternativa para amenizar a saudade e preencher o tempo.

 

Com bibliotecas instaladas em 22 presídios de Mato Grosso do Sul, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) procura incentivar a atividade entre os internos, com um acervo de mais de 30,8 mil livros catalogados.

 

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, o conhecimento proporcionado pela leitura é uma ferramenta capaz de transformar comportamentos e visão de mundo de uma pessoa. “É uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, além de ser um importante instrumento de ressocialização”, destaca o dirigente.

 

Os livros disponibilizados aos internos são de literatura, romances, autoajuda, religiosos, dicionários e jurídicos, conforme explica a diretora de Assistência Penitenciária, Elaine Arima Xavier Castro. Segundo ela, doações de obras clássicas literárias podem ser feitas à Divisão de Educação da instituição, não sendo mais aceitos livros didáticos, enciclopédias e livros de áreas técnicas/profissionais. “Quanto a revistas, as de artesanato ou as de informação recentes também são bem-vindas”, informa.

 

No Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), uma das maiores unidades prisionais do Estado, os espaços das grades que separam o solário do corredor também servem para acesso dos custodiados às obras literárias, durante o banho de sol. Com um acervo de 2.408 livros, a média é de 180 empréstimos por mês, com prazo de sete dias para a devolução.

 

Diariamente, os livros deixam a biblioteca e percorrem os corredores do presídio em um carrinho de mão, conduzido pelo reeducando S. A. S., 33 anos.  “Tem bastante procura, principalmente pelos livros religiosos e de autoajuda”, afirma o interno, responsável pelo controle do acervo.

 

O custodiado G. G. B. de S., de 23 anos, é um dos leitores mais assíduos no IPCG. Recluso há mais de dois anos, ele divide seu tempo entre o trabalho que realiza na cozinha do presídio e o prazer da leitura. “Leio todos os dias, termino um livro e já pego outro, pois lendo eu me redescubro e o tempo passa mais rápido”, garante o detento. “Ultimamente, também estou desvendando enciclopédias e consigo saciar minhas curiosidades, acho bem interessante”, afirma.

 

Parcerias

 

Dentro das ações voltadas ao estímulo à leitura em presídios, este mês o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul irá receber do Ministério da Educação (MEC) a doação de 400 livros. O Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”, em Corumbá, será uma das 40 unidades prisionais brasileiras contempladas pela iniciativa. A ação integra um acordo entre o MEC, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

 

Para incentivar ainda mais os reeducandos, o sistema prisional, em parceria com o Poder Judiciário, está buscando a melhor forma para regulamentar uma padronização na remição pela leitura, prevista na Lei de Execução Penal (LEP), para que todos os juízes responsáveis por acompanhar o cumprimento da pena no Estado adotem os mesmos critérios. “Essa é uma forma de incentivar e estimular ainda mais os internos a praticar a leitura dentro das unidades penais”, ressalta a chefe da Divisão de Educação da Agepen, Rita de Cássia Argolo Fonseca.

 

Outra novidade é que a agência penitenciária está desenvolvendo com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) um trabalho, ainda em estudo, em que alunos dos cursos de Psicologia e Letras, através de projeto de extensão e sob orientação de um professor, irão ministrar oficinas junto a custodiados. Além da leitura de obras pré-definidas, os reeducandos participantes aprenderão a escrever resenhas sobre os livros lidos.

 

Também está sendo avaliada, por meio da parceria com a universidade, a realização do projeto “Leitura no Cárcere”, no qual as oficinas terão como foco análises sobre quais as origens da conduta delituosa e de que forma poderão transformar suas histórias de vida.

 

Para o desenvolvimento da iniciativa, a Agepen já recebeu a doação de 480 obras, por meio dos pesquisadores da UFMS, da Editora Giostri, que já foram entregues e distribuídas ao Instituto Penal de Campo Grande e ao presídio feminino de Corumbá, onde o projeto será desenvolvido. A expectativa é que, no total, sejam 1.200 livros doados. A iniciativa também prevê a realização de oficinas de fotografia para os reeducandos.

 

Recentemente, uma campanha realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 50ª Promotoria de Justiça, arrecadou 981 obras literárias para a Agepen, distribuídas entre sete unidades prisionais da capital. 

 

Conforme a Divisão de Educação da Agepen, qualquer pessoa também pode fazer doações, sendo que não serão aceitos livros didáticos, enciclopédias e de áreas técnicas ou profissionais. Interessados em doar devem entrar em contato com o setor pelos telefones (67) 3901-1438/1439.

 

Também foi efetivada parceria entre a agência penitenciária e o Centro de Ensino Superior de Maringá (Unicesumar) para a arrecadação de livros. A campanha foi iniciada pela universidade em dezembro e prossegue até março deste ano. O posto de coleta é na sede da Unicesumar, localizada na rua Euclides da Cunha, 1216, no Jardim dos Estados, na capital. Contatos podem ser feitos pelo telefone (67) 3028-2373.



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