Vem aumentando o número de sem-terra acampados nas margens das rodovias estaduais que atendem Campo Grande. A reportagem circulou por duas vias, a MS-040 e a MS-010. Encontrou barracos recém-construídos e trancados a cadeado e correntes em ambas, o que evidencia que o avanço não significa, exatamente, que haja moradores em todos.
Há muitos barracos montados, mas poucos são habitados; maioria fica vazia e fechada (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado) |
Apesar de o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) contabilizar ao menos duas mil famílias que vivem em acampamentos montados às margens de rodovias, o que se vê ao ir até um desses locais são barracos vazios.
No trecho de 17 quilômetros que deveria estar com obra de recapeamento da MS-040, entre Campo Grande e a Colônia Yamato, a presença de ao menos sete barracos chama atenção. O acampamento começou há cinco meses e, ainda agora, há estruturas prontas para receber mais madeiras ou lonas.
O local não tem nome definido, segundo os poucos acampados, que preferem não se identificar. Ambos estão sob a bandeira do movimento Ligas Camponesas e Urbanas do Brasil, cuja liderança, apesar de não permanecer no local, instruiu bem os integrantes. Logo que a reportagem encostou, um homem entregou um folheto que oferece a inscrição ao grupo.
“Atenção Campo Grande, o movimento social Ligas Camponesas te convida a vir fazer o seu cadastro em novo movimento de reforma agrária. Nunca esteve tão fácil conquistar seu pedaço de chão”, informou o texto.