O conselho de administração da Eletrobras aprovou o novo Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) para 2018-2022, que prevê investimentos da ordem de R$ 19,75 bilhões em geração, transmissão, distribuição e infraestrutura, informou a elétrica em fato relevante nesta segunda-feira (18). O número é quase 45% menor ante os R$ 35,8 bilhões do planejamento para 2017-2021.
Investimentos Corporativos de 2018-2022
Geração: R$ 5.146.677
Transmissão: R$ 7.299.910
Infraestrutura e outros: R$ 1.531.665
Distribuição: R$ 260.825
Investimento em Sociedades de Propósito Específicos (SPEs): R$ 5.517.195
Geração: R$ 4.836.856
Transmissão: R$ 680.339
A elétrica ainda lista em seu plano iniciativas para reduzir custos com pessoal em cerca de R$ 959 milhões por meio do Plano de Incentivo ao Desligamento (PID). A estimativa de redução é de R$ 890,4 milhões ao ano, se houver desligamento em 2018 de cerca de 3.017 empregados.
Está prevista ainda redução das despesas com contas gerenciáveis de pessoal tais como: horas extras, adicional de sobreaviso e adicional de periculosidade; e contratação única de benefícios para as empresas Eletrobras visando o ganho de escala e consequente redução de custos.
Desinvestimentos
Ainda poderá ocorrer a venda de ativos cujos valores serão usados na redução do endividamento da empresa, de acordo com o fato relevante. "Para efeito de estimativas, no âmbito desta iniciativa, foram selecionados um total de 77 SPEs e 6 outorgas corporativas, que totalizam cerca de R$ 4,6 bilhões, em valor contábil na data base de 30 de junho de 2017."
O governo anunciou em agosto planos para privatizar a Eletrobras, mas a estatal ressaltou em seu plano que "a efetivação da operação... depende de autorizações governamentais, legislativas e regulatórias, assim como avaliação e confirmação do modelo a ser adotado".
A companhia disse, sem detalhar, que espera que o modelo adotado na desestatização aumente a receita da empresa, em decorrência de mudança no chamado regime de "cotas" para comercialização da energia de suas usinas que prorrogaram concessão, bem como gere "possibilidade de novos investimentos devido ao aumento da receita e capital do novo sócio".
A Eletrobras disse que espera também, com a privatização, "aumento no volume de investimento para recuperação do rio São Francisco".
Voltar a crescer
No final de novembro, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse que a companhia pretendia voltar a investir na expansão das suas operações depois de 2019, após a conclusão da reestruturação interna, vendas de ativos e redução do endividamento.
Segundo o executivo, ao fim de 2018, a Eletrobras não terá mais projetos pendentes, com exceção da conclusão da obra da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA) e da usina de Angra 3. Todas as obras em atraso, inclusive aquelas da Chesf, serão concluídas, garantiu.
Balanço
De acordo com o balanço do terceiro trimestre, a Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 550 milhões no terceiro trimestre, resultado 37% inferior ao verificado no mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa, no mesmo trimestre de 2016 foram contabilizados valores maiores em indenizações devidas pela União à companhia pela renovação antecipada de contratos de concessão (RBSE), o que explica a redução no resultado.
O resultado acumulado em 2017 é um lucro líquido de R$ 2,272 bilhões, ante R$ 9,77 bilhões no mesmo período do ano passado.