Uma pesquisa desenvolvida pelo professor-doutor Mario Luiz Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) mostra que Mato Grosso do Sul já tem 575 empresas de comunicação, sendo 77 jornais impressos, 354 sites jornalísticos, 11 emissoras de televisão e 134 emissoras de rádio. O estudo aponta para o crescimento dos jornais virtuais e diminuição de mais de 35% dos impressos no período de 2012 a 2017.
O fato motivador do estudo, segundo o pesquisador é que até então Mato Grosso do Sul não tinha informação sobre a comunicação do Estado. "A partir de 2012, na primeira fase da pesquisa, criamos um banco de dados com as informações básicas dos jornais existentes como localização, tiragem e contatos. Eles estão disponíveis no Portal de Mídia - clique aqui para conferir.
Na segunda fase queremos identificar quem são os jornalistas de MS. Através de questionário vamos analisar o perfil dos profissionais, a remuneração, a formação, onde trabalham, quem são os empresários, quantos funcionários possuem, entre outros. Na terceira fase queremos identificar as características do produto como a tiragem e as editorias", explica, observando que pretende publicar todo o conteúdo em um livro no final de 2018.
Segundo o professor, todo esse material poderá ser utilizado por profissionais como assessorias de imprensa que poderão enviar seus releases, jornalistas de redação e comunidade acadêmica.
De acordo com o pesquisador, levantamento de 2012 mostra que de 126 jornais impressos, MS passou a contar com 77 em 2017. O motivo do fechamento dessas empresas estaria relacionado aos desafios de produzir conteúdo.
"Os indicadores mostram um quadro desfavorável para o impresso porque ele concorre diretamente com a velocidade do webjornalismo que traz a notícia em tempo real. Historicamente o jornal impresso nunca foi um veículo de grandes massas porque nunca chegou a incorporar a cultura da leitura. Quando surgiu no Brasil, em 1908, era um privilégio dos poucos que tinham dinheiro para comprar e de quem era alfabetizado. Com o surgimento do rádio em 1930 e da tv em 1950 o impresso continuou na obscuridade porque a grande massa tinha informação de graça sem a necessidade de saber ler. O impresso sempre foi muito importante e com uma credibilidade ímpar, porém seu alcance sempre foi restrito. Ele precisa se reinventar constantemente", explica.
Segundo ele os jornais, de forma em geral enfrentam uma crise moral e ética além de econômica porém os impressos se destacam porque ainda são os que mais são tidos como idôneos, sérios e com credibilidade. "A grande tendência dos impressos é produzir conteúdo com profundidade, consistência e linguagem leve com defesas de causas, com correlação de dados, sendo cada vez mais analítico, mais reflexivo e menos superficial", explica.