Os 204 assentamentos de Mato Grosso do Sul têm 4.287 lotes vazios, segundo números do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Em algumas cidades, a quantidade de parcelamentos abandonados supera o montante ocupado. A superintendência regional do órgão aponta para compra e venda de terras como principal irregularidade que leva à desocupação, mas a falta de assistência do próprio instituto às unidades também afasta assentados.
Conforme levantamento do Incra, atualizado no início do mês, 27.708 famílias estão assentadas em Mato Grosso do Sul. A capacidade total dos assentamentos é de 31.995, ou seja, 13,3% dos lotes disponíveis estão vazios.
Com 15 projetos de assentamento, Ponta Porã é o município sul-mato-grossense com maior número de lotes desocupados. São 1.501 parcelamentos, que correspondem a um terço da capacidade total na cidade da região sul do Estado, de 4.506 famílias.
Ainda em Ponta Porã, só o Assentamento Itamarati II Fetagri tem 1.142 terras abandonadas. O projeto foi entregue em 2004 e tem estrutura para comportar 1.692 famílias, mas apenas 550 estão instaladas.
O superintendente do Incra no Estado, Humberto César Maciel, discorda dos números levantados pela autarquia federal. “Não é essa a totalidade. Não tenho esse número, mas não é muita coisa”, afirma.
O representante responsabiliza o sistema de informações pela “diferença” nos dados. “A gente notou que a quantidade de lotes disponíveis em determinado assentamento era uma, mas no sistema era outra”.