Após uma semana tumultuada pela suspensão das atividades em todo o Estado, e acordo entre governo e companhia, a JBS volta a operar suas sete plantas frigoríficas de bovinos no Estado.
O retorno trouxe alívio a trabalhadores da empresa, mas não acabou com as incertezas do setor pecuário de Mato Grosso do Sul. De acordo com Jonatan Barbosa, presidente da Associação de Criadores de MS (Acrissul), o clima de instabilidade continua e ainda é cedo para avaliar quais são os efeitos.
“O mercado está instável. A JBS vai reabrir esse abate, mas nós não temos nenhum sinal se será positivo, de como vão ficar as escalas, como vai ficar o preço. Ainda não tem nada claro”, destacou. A expectativa é que os próximos dias sejam de readequação de todo o setor frigorífico no Estado, sendo ou não da JBS.
Entre as preocupações do setor, a principal está relacionada ao preço do gado. A paralisação dos abates, em resposta às ações judiciais que bloquearam R$ 730 milhões nas contas da companhia durou, na prática, menos de uma semana. Porém, foi o suficiente para impactar nos preços.
De acordo com a Famasul, entre os dias 16 e 17, quando a JBS anunciou a suspensão, o boi gordo estava cotado a R$ 133,83, 1,77% a menos que em comparação à primeira quinzena do mês e 3,60% inferior ao mesmo preço cotado no mesmo período do ano passado (R$ 135,70). O preço é à vista e livre do Funrural.
Uma semana depois, o prejuízo foi maior. Dados da Scot Consultoria apontaram que, ontem, o boi gordo no Estado estava cotado a R$ 130, em média, variando de entre R$ 132 (cotação em Dourados) e R$ 129 (Três Lagoas). Já a prazo, o valor médio era de R$ 132.
“A redução no preço da arroba foi de R$ 9 em uma semana. Estão especulando que, para amanhã [hoje], a JBS pretende pagar R$ 133 a prazo para o boi e R$ 129 para a vaca. Agora, nós temos que aguardar e ver como se comportará o mercado”, disse.