Quarenta anos após a divisão de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul deixou de ter sua economia baseada nas culturas da soja e boi. A modernização no campo preparou o terreno para a chegada da indústria. A agricultura deu lugar ao agronegócio e mudou o perfil de empregado e empregadores em todo o Estado.
Funcionária trabalha em viveiro de mudas de eucalipto de fábrica de celulose de Três Lagoas (Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado/Arquivo) |
Esse avanço pode ser aferido em números. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), em 1997 (dados mais antigos disponíveis), Mato Grosso do Sul havia registrado receita de US$ 383,698 milhões com exportações. Três produtos concentravam 76,07% desse resultado: o bagaço da soja (US$ 182,538 mi), soja em grãos (US$ 86,410 milhões) e minério (R$ 23,244 milhões).
Uma década depois, a receita de todo um ano de exportações se equipara ao resultado de um mês, e nem precisa ser dos melhores. Somente em maio deste ano, a balança comercial registrou faturamento de US$ 388,164 milhões. No acumulado do ano, já são US$ 3,722 bilhões de receita. Para isso, o portfólio cresceu, a carne e a soja, que continuam ocupando lugar de destaque na balança comercial deram espaço a outros produtos, como a celulose e o papel. Segundo a balança, a soja é o carro-chefe das exportações, com US$ 1,227 bilhão exportado de janeiro a agosto deste ano; seguida pela celulose (US$ 697,635 milhões) e açúcar da cana (US$ 386,368 milhões).